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Servidor terá reajuste menor, afirma coordenador de Lula
"Vamos fazer uma política gradual de corte de gastos", diz Marco Aurélio Garcia
Chefe da campanha petista diz que aumentos serão "mais equilibrados", pois já não há necessidade de repor perdas do governo FHC
ADRIANO CEOLIN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O coordenador da campanha
do presidente Lula à reeleição,
Marco Aurélio Garcia, afirmou
ontem que, num eventual segundo mandato, haverá corte
de gastos públicos e reajustes
salariais menores para os servidores públicos.
"Nós vamos ter cortes de gastos. É evidente que nós vamos
ter. Vamos fazer uma política
gradual de corte de gastos", disse Garcia, em entrevista no comitê de Lula. Em seguida, afirmou que esse corte poderia ser
feito, por exemplo, por meio do
controle do reajuste de salários
do funcionalismo, ou seja, aumentos menores do que os do
atual mandato.
"Fizemos alguns reajustes
importantes que vão nos dar
hoje uma situação mais equilibrada. Não precisaremos dar os
pinotes que foram necessários
para, entre outras coisas, atender à necessidade do nosso funcionalismo público", disse.
Neste ano houve a maior expansão de gastos com pessoal
desde, pelo menos, 1996. O gasto com funcionalismo deve superar o do ano passado em 10%,
em termos reais.
Garcia relacionou os aumentos concedidos no atual mandato à reposição de perdas
ocorridas no governo Fernando Henrique Cardoso. "Foram
feitos no curso desses três anos
e meio para dar uma melhor
qualidade e para recuperar, sobretudo, as perdas que o funcionalismo teve nos oito anos
anteriores."
O coordenador disse que o
corte de despesas do governo
virá também da redução dos juros e de melhora dos gastos públicos. Apostou ainda que o PIB
do país crescerá 5% no próximo
ano.
Nesta semana, o tema ajuste
fiscal provocou polêmica na
campanha depois que o economista Yoshiaki Nakano, ligado
a Geraldo Alckmin, defendeu
um corte de gastos equivalente
a 3% do PIB no próximo ano.
Acabou atacado pelos petistas,
que o acusaram de apoiar uma
política recessiva.
"O Nakano falou alto o que
eles todos estão pensando baixo para não trazer prejuízo para a campanha eleitoral", disse
Garcia, que não citou percentual de corte que seria feito
num eventual primeiro ano de
um segundo mandato de Lula.
Ele fez questão de enfatizar,
apenas, que a política de redução de despesas seria gradual.
À noite, Garcia divulgou nota
para esclarecer suas afirmações. No texto, ele diz que, depois de oitos anos de "arrocho
salarial" no governo FHC, "Lula havia reposto em grande medida as perdas do período" tucano. Com isso, segundo ele, "a
conclusão lógica é que, no futuro, os aumentos salariais -que
continuarão- se darão em um
ritmo normal, isentos de saltos
que foram necessários para repor perdas passadas".
O controle do reajuste dos
servidores já vem sendo estudado pela equipe que faz o programa do governo Lula. Um dos
defensores da idéia é o economista Nelson Barbosa, secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
Colaboraram GUSTAVO PATU E LEANDRA PERES, da Sucursal de Brasília
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