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Movimentos de esquerda falam em radicalização
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Engajados na campanha à
reeleição de Lula, alguns dos
principais movimentos sociais
do país já alertam que uma derrota petista levará a uma inevitável radicalização, com mais
greves, marchas e invasões.
Segundo algumas lideranças,
os próximos quatro anos verão
um estado de conflito permanente com um hipotético presidente Geraldo Alckmin: "Se
houver uma vitória de Alckmin
haverá uma agenda de mobilizações para resistir às mudanças que ele defende em seu programa de governo", diz Artur
Henrique dos Santos, presidente da CUT. O temor é a retomada das privatizações e a retirada de direitos trabalhistas.
Desde o início do segundo
turno, alguns lulistas vêm discutindo o que ocorreria na hipótese de derrota de seu candidato. Em entrevista à Folha,
Ciro Gomes disse "temer" que
haja uma reação violenta de
grupos de pressão ligados ao
PT. Um deputado petista que
pede o anonimato disse que o
país ficaria "ingovernável".
Para os adeptos de Alckmin,
trata-se de chantagem para assustar o eleitorado. O fato é que
os movimentos sociais prometem combate sem trégua. "Que
haverá mais tensionamento
numa eventual vitória do Alckmin, eu não tenho dúvida, principalmente se tentarem introduzir a privatização das universidades federais", afirma Gustavo Petta, presidente da União
Nacional dos Estudantes.
Para Maria das Graças Xavier, uma das coordenadoras
da Central de Movimentos Populares, os movimentos de moradia vão às ruas defender o
Ministério das Cidades, criado
por Lula. Alckmin já se comprometeu a cortar o número de
pastas: "Uma coisa é fazer manifestação num governo popular. Outra muito diferente é ir
pra rua no governo de um partido acostumado a soltar os cachorros e a polícia. Pode criar
uma situação trágica", disse.
O uso do "fantasma" Alckmin surtiu efeito. O MST, que
mantinha-se frio com relação à
candidatura petista, desceu do
muro: "Uma vitória de Alckmin
seria uma derrota gravíssima
para o povo brasileiro", disse.
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