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ELEIÇÕES 2006 / LEGISLATIVO
Com a mulher, Collor visita o Senado vazio
Com cabelo pintado de preto e o nome de Caroline tatuado no pulso, o senador eleito por AL não quis falar de política
Quando questionado sobre como se sentia voltando à Casa que, há 14 anos, cassou seu mandato de presidente, ele riu alto e se despediu
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ex-presidente Fernando
Collor de Mello, 57, fez ontem
sua primeira visita como senador eleito pelo Estado de Alagoas ao Congresso Nacional.
De mãos dadas com a mulher, Caroline Medeiros, 29
anos, ele visitou o plenário da
Casa, vazio um dia após o feriado, e esteve em um gabinete
que pode vir a ser seu, o do senador Eduardo Siqueira Campos (PSDB-TO).
Cercado por quatro seguranças, não fez nenhum comentário político, mas deu autógrafo
e cumprimentou visitantes do
Congresso. Quando questionado sobre como se sentia voltando à Casa que, há 14 anos, cassou seu mandato de presidente,
ele riu alto e se despediu dos
jornalistas que o seguiam. Ele
também sorriu quando questionado sobre apoio à reeleição
do presidente Lula.
De cabelos pintados de preto
e o nome da mulher tatuado no
pulso esquerdo, ele disse aos
jornalistas "vim ver vocês", sobre o motivo da visita. Cercado
por fotógrafos e cinegrafistas,
brincou: "Ai meu Deus do céu
(...) quero ver vocês acompanhando as corridas", referindo-se à maratona de exercícios que
fazia quando presidente.
Segundo o diretor-geral do
Senado, Agaciel Maia, que o recepcionou, Collor manifestou o
interesse de morar em um dos
apartamentos cedidos a senadores, na Asa Sul da capital. A
Casa da Dinda, onde ele morou
como presidente, poderá ser
usada nos fins de semana. "Ele
fez mais um tour, para conhecer o espaço físico", disse Maia.
Único parlamentar que chegou a conversar com Collor, o
senador Eduardo Siqueira
Campos descreveu o ex-presidente como um homem "sereno, equilibrado", que não aparenta querer vingança.
Campos votou pelo impeachment de Collor. Ele não se reelegeu. Por isso, Collor poderá
vir a ocupar o seu gabinete.
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