São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Marta diz ser política do país mais invadida em sua vida privada

Indagada se fim do casamento influenciou a derrota em 2004, ela se irrita e diz que contou tudo o que queria sobre o assunto em seu livro lançado neste ano

Ao falar sobre isenção de ISS, a candidata discutiu com eleitora da platéia e negou que Kassab tenha sido primeiro a ter idéia


DA REPORTAGEM LOCAL

Uma pergunta sobre a relação entre sua separação, em 2001, e a derrota nas urnas, três anos mais tarde, irritou a candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, que afirmou que não irá mais comentar sua vida privada. "O que eu queria colocar a público sobre a minha vida privada, não pela Folha, eu escrevi e ponto. Esse é o comentário que eu vou fazer e é o último que você vai ouvir eu fazer sobre a minha vida privada. Tá lá no livro."
Em "Minha Vida de Prefeita", Marta fala de sua separação do senador Eduardo Suplicy: "Ninguém me defendeu. Eduardo mostrou seu sofrimento em público e eu remoí minhas aflições em particular. Com isso, tornei-me a megera da história". Ontem, a candidata reclamou da imprensa. "Não vou me estender sobre a minha vida privada a não ser até onde eu queira ir, e não admito que a Folha venha perguntar sobre a minha vida privada além do que já faz e já fez", disse ela.
No início da sabatina, ela acusou a Folha de invadir sua privacidade. "A Folha, que está questionando tudo isso, gostaria de lembrar que quando me separei, vivi com um repórter do Grupo Folha, do "Agora", com fotógrafo, uma semana, na minha casa de dia e de noite, para fotografar quem entrava. Isso é invasão de privacidade."

Platéia
O público que acompanhou a sabatina se mostrou desgostoso com alguns temas.
Marta protagonizou uma discussão sobre isenção de ISS (Imposto sobre Serviços) com uma mulher da platéia.
"Não foi o Kassab que colocou primeiro [a proposta de isenção durante a campanha]", disse Marta. "Foi sim, foi sim", rebateu a mulher. "Não foi não, querida, basta você consultar as revistas, jornais e ver cronologia", respondeu a candidata. Como a contestação continuava, Marta falou: "A senhora vai votar, tem que pensar. Pode até votar nele, mas vai votar sabendo quem é a pessoa. E depois não pode dizer que não sabia".
Ao falar da participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela lamentou não ter conseguido explorar mais sua popularidade -"Benefícios para São Paulo com o governo Lula foram fantásticos. Eu deveria ter mais capacidade de transmitir às pessoas isso".

Classe média
Sobre o fato de não ter conseguido até agora avançar sobre o eleitorado de classe média, a candidata falou que sua rejeição talvez se dê entre a população que ascendeu socialmente:
"Muitos puderam viajar pela primeira vez no exterior. Essa classe média, às vezes tem um receio de voltar a não ter [o que tem agora] e o PT é quase como que fizesse parte daquilo [do passado]. Eles pensam "eu não sou pobre. Não tenho nada a ver com isso. Sou rico já estou lá". Eu acho que é um pouco isso. Há uma outra parte que tem preconceito mesmo", afirmou.

Internet
Marta foi questionada na sabatina sobre sua proposta de promover acesso gratuito à internet sem fio, a toda a cidade. Uma pessoa da platéia perguntou sobre a placa que as pessoas teriam que adquirir para acesso à rede sem fio. "A placa custa R$ 50. É mais barato pagar uma placa de R$ 50 do que uma taxa mensal de R$ 60 [pela assinatura da internet]", disse Marta.
A candidata petista também voltou a falar que pretende flexibilizar a Lei Cidade Limpa para templos religiosos.


Assista ao vídeo da sabatina
www.folha.com.br/0828710



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