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Prefeita ataca
proposta em conferência
DO ENVIADO A WASHINGTON
A tentativa de criar um novo
"Consenso de Washington"
fracassou ontem durante encontro de mulheres líderes do
continente americano promovido por uma organização ligada ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Entre as que mais reclamaram da proposta estava a comitiva brasileira, liderada pela
prefeita eleita Marta Suplicy
(PT-SP), a vice-governadora
Benedita da Silva (PT-RJ) e a
deputada federal Yeda Crusius
(PSDB-RS).
O "Consenso de Washington" original foi concebido nas
décadas de 80 e 90 por pesquisadores do Banco Mundial,
Fundo Monetário Internacional e Banco Interamericano de
Desenvolvimento.
Preconiza a prioridade dos
governos em reduzir o déficit
público, controlar a inflação e
pagar dívidas, no lugar de investir em infra-estrutura.
Assessores do BID apresentaram ontem, durante o encontro com as mulheres, um
"substituto" para esse consenso. O documento mantém várias regras econômicas liberais,
mas inclui a necessidade da democracia e da igualdade social.
"Foi a execução do "Consenso
de Washington" que aumentou
a crise econômica na Argentina, a crise política no Peru e a
violência no Brasil. Esse novo
documento é a mesmo proposta de antes, só que com cosmético", declarou Marta Suplicy.
Ela afirmou que, durante a
campanha eleitoral, viu que "as
pessoas querem comer, estudar, ter saúde, e isso não está no
documento".
A reação das cerca de 50 mulheres líderes, reunidas no encontro Diálogo Interamericano, foi tão forte que várias vezes
os representantes do BID informavam que o documento não
era oficial.
A segunda colocada nas pesquisas para presidente da Colômbia, Noemí Sanín, disse que
a proposta era "tola".
A senadora colombiana Ingrid Betancourt afirmou que os
pesquisadores haviam se enganado.
"É a política, estúpidos", disse a senadora, referindo-se a
um chavão eleitoral norte-americano de que o importante
"é a economia, estúpido".
(THOMAS TRAUMANN)
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