São Paulo, segunda-feira, 14 de novembro de 2005

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Convocado há mais de dois meses, Okamotto depõe na CPI na quarta

DA REDAÇÃO

Mais de dois meses após aprovada sua convocação, em 30 de agosto, Paulo Okamotto, presidente do Sebrae, presta depoimento à CPI dos Bingos nesta quarta-feira, a partir das 10h30. Okamotto, ex-tesoureiro do PT, afirmou ter pago em quatro parcelas um empréstimo de R$ 29,4 mil concedido pelo PT ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A comissão no Senado suspeita, no entanto, que o dinheiro que pagou a dívida tenha saído de contas do empresário Marcos Valério, acusado de operar o "mensalão". Okamotto nega.
Em agosto, quando veio à tona que Okamotto havia quitado o empréstimo do PT ao presidente Lula -e que não havia dito nada a este sobre a operação para "não encher seu saco"-, a assessoria do Planalto disse que Lula não tinha conhecimento da dívida nem de seu pagamento.
No mesmo mês, foi identificado que para o pagamento do empréstimo, realizado entre dezembro de 2003 e fevereiro de 2004, foram utilizadas quatro agências bancárias, localizadas em três bairros diferentes de São Paulo.
Isso levou a CPI dos Bingos a acreditar que o dinheiro utilizado teria saído do esquema montado por Marcos Valério e pelo ex-tesoureiro Delúbio Soares para alimentar o caixa dois do PT.
Okamotto disse, à época, que fez saques em suas contas bancárias em datas e valores não coincidentes com os das parcelas da dívida de Lula com o PT. O dinheiro teria sido repassado direto ao PT.
O presidente do Sebrae, nomeado ao cargo por Lula, afirma que não tem provas de que pagou a dívida contraída no PT.
Amigo de Lula desde os tempos de sindicato em São Bernardo do Campo (SP) e um dos coordenadores de sua campanha à Presidência em 1989, em um primeiro momento Okamotto chegou a se recusar a reconhecer a dívida, segundo o PT. Depois a quitou em quatro vezes, todas em dinheiro.


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