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Para senadores, auditoria fundamenta CPI
Relatório do TCU sobre ONGs deve ser usado por parlamentares que pedem abertura de investigações
SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Líderes da oposição no Senado defenderam ontem que a auditoria do TCU (Tribunal de
Contas da União) sobre repasses a organizações não-governamentais seja usado para fundamentar um novo pedido de
abertura de CPI para investigar
a atividade dessas entidades.
Autor do pedido inicial de
abertura da CPI das ONGs, o
senador Heráclito Fortes
(PFL-PI) afirmou que apresentará novo requerimento na
próxima terça-feira. Ele quer
protocolar o ofício na presença
do presidente da Casa, Renan
Calheiros (PMDB-AL).
Heráclito chegou a recolher
as 27 assinaturas (um terço da
Casa) necessárias para a abertura da CPI, mas o requerimento se restringia à atividade da
rede Unitrabalho, cujo colaborador era Jorge Lorenzetti,
apontado pela Polícia Federal
como articulador da compra do
dossiê contra tucanos.
Ontem, Heráclito disse que a
auditoria do TCU derruba a tese de que a CPI não teria "fato
determinado" para ser criada.
A auditoria do tribunal apontou que 54,5% das verbas federais repassadas às ONGs atendem a entidades sem condições
para executar convênios com a
União, conforme revelou a Folha anteontem. Há entidades
beneficiadas que não têm sede
ou que receberam o dinheiro
sem apresentar a documentação exigida por lei.
O assunto também gerou polêmica na tribuna do Senado.
Entretanto, a CPI das ONGs dificilmente funcionaria neste
ano, segundo avaliação dos líderes de governo e oposição. A
CPI esbarraria nas negociações
entre os partidos pelo comando
de comissões e até da eleição
para a presidência da Casa.
Além disso, o quórum tende a
diminuir até o final do ano.
Caso a oposição insista em
criar a CPI, a proposta do líder
do governo na Casa, Romero
Jucá (PMDB-RR), é que o assunto seja tratado na Comissão
de Fiscalização e Controle o
que. Jucá nega, entretanto, que
trabalhará para barrar a CPI.
O argumento do PT é que o
tema já foi alvo de uma CPI recente na Casa. A idéia de examinar o caso na comissão de
Fiscalização divide a oposição.
A ala que admite aceitar a proposta defende que o tema poderia ser "pré-analisado" na comissão, o que não descartaria a
abertura de CPI em 2007.
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