São Paulo, quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Evento debate interação de jornal e internet

Associação promove seminário para discutir uso dos meios eletrônicos e futuro do jornalismo impresso

DA REDAÇÃO

A integração entre jornais impressos e internet é uma realidade no Brasil e tende a aumentar. Mas isso não significa que já estão definidas as melhores formas de unir os dois meios. Na internet, um dos desafios é dosar o uso de texto, fotos, vídeos, áudio e infográficos.
Essas foram algumas sugestões apresentadas ontem no seminário "Os jornais e a internet-para onde aponta o futuro?", organizado pela ANJ (Associação Nacional de Jornais) e realizado no auditório da Folha. "A internet tem espaço ilimitado, o que não significa publicar tudo. É preciso editar muito bem, o noticiário bem editado atrai o leitor", afirmou a diretora-executiva da Folha Online, Ana Lucia Busch.
Para Raquel Almeida, editora-executiva do Globo Online, é preciso procurar "a vocação de cada mídia". "Não é produzir o mesmo conteúdo em todas as ferramentas. É saber conciliar os melhores formatos com agilidade e flexibilidade."
Marco Chiaretti, editor-chefe de conteúdo digital do Grupo Estado, disse que a internet permite a "expressão de muitos talentos". Os palestrantes concordaram que os jornalistas de hoje precisam saber usar vídeo e áudio, por exemplo. O que não significa que tenham que virar especialistas em todas as áreas.
"Não adianta pensar em jornalistas multlimeios que vão fazer tudo. Integrar significa discutir. É preciso pensar na produção, produzir e distribuir separadamente, o que pressupõe particularidades", ressalvou Busch. "Não dá para ter um padrão. O conteúdo é que vai dizer o melhor formato", completou Almeida.
Para Marta Gleich, diretora de jornais on-line da RBS, os jornais impressos tendem a ter agora mais "análise e contextualização". Ela disse ainda que "é importante que a redação on-line esteja integrada à redação do jornal".

Conta
Dos cinco painéis realizados, três discutiram o tema "quem paga a conta da qualidade?", sobre a rentabilidade dos jornais on-line. Walter de Mattos Junior, diretor presidente do Grupo Lance!, e Antonio Manuel Teixeira Mendes, diretor superintendente da Folha, disseram ser preciso "fortalecer as marcas na internet", o que, para eles, só se consegue com credibilidade junto ao leitor.
O professor da Universidade Federal de Santa Catarina Elias Machado disse que "não é verdade que não se pode ganhar dinheiro no on-line". Para ele, é preciso investir em pesquisa e cada empresa deve procurar o "melhor modelo de negócio".
Enquanto Antonio Carlos Leite, diretor de Redação do jornal "A Gazeta" (ES), disse que pretende abrir todo o conteúdo na internet, Marcio Calves, editor-chefe de "A Tribuna", de Santos, decidiu acabar com o acesso grátis ao jornal. Eles debateram o dilema entre aumentar assinaturas do jornal impresso ou os acesso às versões eletrônicas grátis.
Marcelo Rech, da RBS e diretor do comitê editorial da ANJ, disse que "todo o mundo enfrenta dilemas parecidos". Para Rech, quando um grupo usa diferentes meios, ele "aumenta a repercussão do trabalho".


Texto Anterior: Ban diz que vai trabalhar pela floresta
Próximo Texto: Diplomacia: Lula viaja na próxima semana a Cuba para reencontrar Fidel
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.