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Renan volta a ser julgado no conselho
Tião Viana, presidente interino do Senado, prevê pedido de cassação e marca a votação em plenário para o dia 22
Três relatórios serão lidos hoje no Conselho de Ética; senadores poderão votar em seguida se não houver nenhum pedido de vista
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho de Ética do Senado se reúne hoje para analisar
três processos contra o presidente licenciado da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Contando que um deles resultará em pedido de cassação, o
presidente interino Tião Viana
(PT-AC) marcou a votação no
plenário para o dia 22.
Os três relatórios serão lidos
e podem ser votados hoje -a
menos que haja pedido de vista.
Ontem, Viana ligou para senadores e pediu que desmarcassem compromissos no dia 22.
Os processos só irão a votação
no plenário se o conselho aprovar pedido de cassação de mandato. A punição também precisa passar pela CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça).
Relator do processo que acusa Renan de usar laranja para
comprar rádios em Alagoas, o
senador Jefferson Péres (PDT-AM) disse que encontrou "indícios" de quebra de decoro, mas
manteve o suspense sobre seu
voto. "Resta saber se os indícios
são fracos ou fortes", afirmou.
Ele irá apresentar hoje seu
relatório ao conselho, que também irá analisar outros dois
processos contra o peemedebista -os senadores João Pedro (PT-AM) e Almeida Lima
(PMDB-SE) já avisaram a interlocutores que vão pedir a absolvição de Renan.
O petista é relator da denúncia de que Renan teria ajudado
a Schincariol a se livrar de dívidas com o INSS em troca da
compra a preço superfaturado
de uma fábrica de refrigerantes
do seu irmão, o deputado Olavo
Calheiros (PMDB-AL), que ontem foi absolvido no Conselho
de Ética da Câmara. Almeida
Lima relatou acusação de que
Renan montou esquema de
desvio de dinheiro em ministérios do seu partido.
Único dos relatores a tomar
depoimentos, Péres ouviu ontem três testemunhas de defesa: o governador de Alagoas,
Teotônio Vilela (PSDB), o ex-dono de "O Jornal" Nazário Pimentel e o ex-diretor da empresa Sérgio Ferreira.
O empresário, segundo Péres, confirmou que Renan e Tito Uchôa -o suposto laranja-
intermediaram a venda do jornal e da rádio para o empresário João Lyra. A concessão da
rádio foi renovada em 2005,
com Renan à frente do Senado.
Há dois meses Renan foi absolvido pelo plenário do Senado no caso Mônica Veloso. Há
ainda outras duas denúncias
contra ele no conselho.
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