São Paulo, quarta-feira, 14 de novembro de 2007

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Renan volta a ser julgado no conselho

Tião Viana, presidente interino do Senado, prevê pedido de cassação e marca a votação em plenário para o dia 22

Três relatórios serão lidos hoje no Conselho de Ética; senadores poderão votar em seguida se não houver nenhum pedido de vista


ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Conselho de Ética do Senado se reúne hoje para analisar três processos contra o presidente licenciado da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Contando que um deles resultará em pedido de cassação, o presidente interino Tião Viana (PT-AC) marcou a votação no plenário para o dia 22.
Os três relatórios serão lidos e podem ser votados hoje -a menos que haja pedido de vista. Ontem, Viana ligou para senadores e pediu que desmarcassem compromissos no dia 22. Os processos só irão a votação no plenário se o conselho aprovar pedido de cassação de mandato. A punição também precisa passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Relator do processo que acusa Renan de usar laranja para comprar rádios em Alagoas, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) disse que encontrou "indícios" de quebra de decoro, mas manteve o suspense sobre seu voto. "Resta saber se os indícios são fracos ou fortes", afirmou.
Ele irá apresentar hoje seu relatório ao conselho, que também irá analisar outros dois processos contra o peemedebista -os senadores João Pedro (PT-AM) e Almeida Lima (PMDB-SE) já avisaram a interlocutores que vão pedir a absolvição de Renan.
O petista é relator da denúncia de que Renan teria ajudado a Schincariol a se livrar de dívidas com o INSS em troca da compra a preço superfaturado de uma fábrica de refrigerantes do seu irmão, o deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), que ontem foi absolvido no Conselho de Ética da Câmara. Almeida Lima relatou acusação de que Renan montou esquema de desvio de dinheiro em ministérios do seu partido.
Único dos relatores a tomar depoimentos, Péres ouviu ontem três testemunhas de defesa: o governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB), o ex-dono de "O Jornal" Nazário Pimentel e o ex-diretor da empresa Sérgio Ferreira.
O empresário, segundo Péres, confirmou que Renan e Tito Uchôa -o suposto laranja- intermediaram a venda do jornal e da rádio para o empresário João Lyra. A concessão da rádio foi renovada em 2005, com Renan à frente do Senado.
Há dois meses Renan foi absolvido pelo plenário do Senado no caso Mônica Veloso. Há ainda outras duas denúncias contra ele no conselho.


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