São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Pró-araponga

Em meio à crise gerada pela participação da Abin na Operação Satiagraha da Polícia Federal, o governo encontrou um meio de afagar os servidores da agência, rebelados contra o diretor afastado, Paulo Lacerda.
São três emendas introduzidas na MP 440, convertida em projeto de lei pronto para ser votado no Senado. Elas promovem a recomposição integral do piso salarial dos funcionários até 2010 e equiparam aos demais quadros da Abin 1.308 servidores que tinham sido escanteados quando da estruturação da carreira. Sobre a atual exposição da Abin, fala Nery Kluwe, presidente do sindicato dos servidores: "É o momento mais desagradável e desgastante desde sua criação".




Bateria. Governistas da CPI dos Grampos entendem que é hora de conter a artilharia contra Paulo Lacerda. Lembram da longa lista de serviços prestados pelo delegado quando diretor-geral da PF: caso Waldomiro Diniz, mensalão, caseiro Francenildo, dossiê dos aloprados...

Queijo suíço 1. Com dificuldade para demonstrar a materialidade do grampo contra o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, o relatório da PF sobre o caso dirá que a central telefônica do Senado é extremamente vulnerável, sugerindo que a escuta da conversa do ministro com Demóstenes Torres (DEM-GO) poderia ter sido feita ali.

Queijo suíço 2. O relatório acrescentará que o sistema de telefonia da Câmara é apenas um pouco melhor que o do Senado. Já o do STF, embora longe de se mostrar à prova de grampos, seria comparativamente mais seguro.

A revanche. Em meio à confusão reinante na temporada pré-eleição das Mesas do Congresso, surgiu uma nova idéia na praça: trocar Ciro Nogueira (PP-PI) por Aldo Rebelo (PC do B-SP) como alternativa a Michel Temer (PMDB-SP) na disputa pela presidência da Câmara. Em 2007, Aldo, que comandava a Casa, tentou obter um segundo mandato, mas perdeu para Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Pró-janela 1. Do candidato Ciro Nogueira, em defesa da "janela da infidelidade": "O deputado não pode ficar escravo de seu partido".

Pró-janela 2. Do candidato Temer: "Sou a favor da janela, mas a prudência recomenda que ela seja criada por emenda constitucional, para que depois não venha a ser contestada no Supremo".

Embromation. Chinaglia ganha tempo e transmite a imagem de defensor da Câmara ao se recusar a cassar o mandato do "infiel" Walter Brito (PRB-PB), conforme determinou o Supremo. O petista, porém, vai mandar o deputado para a guilhotina tão logo se esgotem os recursos à disposição da defesa.

Iron man. O ex-sedentário Chinaglia entrou firme na musculação. Dado o esforço físico, tem circulado pela Câmara cheio de dores.

O favorito. Inocêncio Oliveira (PR-PE), que consultou a Justiça Eleitoral sobre a possibilidade de trocar de partido, afirma que não deixará o PR para se manter na Mesa da Câmara. Diz ainda que vai disputar em chapa avulsa se o partido vetar seu nome.

Sem conversa. Ao apontar corrupção na Funasa, comandada por um apadrinhado do seu PMDB, o ministro José Temporão enterrou as chances de aprovação do projeto de lei que retira do órgão a saúde indígena. A bancada promete bloqueio total.

Agendas. Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) diz que não recebeu pedido de audiência do prefeito eleito de BH, Márcio Lacerda (PSB), e que o atenderá quando isso ocorrer. Já Lacerda afirma que fez o pedido pessoalmente, em encontro casual com o ministro, dias atrás.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"É um desrespeito. Como as eleições municipais mostraram que Lula não elege postes tão facilmente, ele decidiu trabalhar desde já o nome da ministra para sua sucessão."


De MÁRIO COUTO (PSDB-PA), líder da oposição no Senado, sobre o fato de o presidente ter assumido publicamente sua opção pela ministra como candidata do PT ao Planalto.

Contraponto

Sopa de letras

Sem propaganda na TV em São Bernardo do Campo, a campanha vencedora do petista Luiz Marinho foi feita em eventos de rua estrelados pelo vice, o deputado-cantor Frank Aguiar (PTB), e pelo ex-prefeito Maurício Soares, que voltou ao PT depois de longa separação. Numa caminhada por sindicatos e fábricas, o veterano Soares enumerava, no carro de som, os partidos da aliança:
-Todos juntos rumo à vitória! PT, PTB, PDT, o PR...
Até que alguém lhe pediu para citar o nanico PSC.
-E o PCC!-, escorregou.
Os petistas levaram na esportiva, mas Frank Aguiar, de cabelo em pé, preferiu assumir o microfone a partir dali.


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