São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2008

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NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Os primeiros passos

economist.com

"É tentador fazer pouco" do encontro do G20 como "uma peça de teatro político", abre o editorial da "Economist", "Redesenhando a finança global", manchete da revista (dir.). "Mas eles podem fazer algumas boas coisas."
Não vão ter "todas as respostas sobre como o mundo pós-quebra do crédito deve ser", abre o editorial do "Financial Times", "Os primeiros passos a caminho da recuperação", publicado ontem. "Mas quando as principais economias do mundo se encontrarem em Washington para discutir a crise global, elas estarão prontas para pelo menos estabelecer os fundamentos de uma recuperação."

 

Dito isso, a revista defende "ação coordenada para estimular a demanda interna" e elogia o pacote chinês; cita com simpatia o "colégio de supervisores" proposto por Gordon Brown; e cobra que a Europa cede espaço aos emergentes no FMI. Já o jornal quer que os líderes definam "a agenda para conversas futuras" e estabeleçam "grupos de trabalho".
Artigos às dezenas, de "Washington Post" a "Times of India", dão idéias parecidas e avaliam, aqui e ali, que o encontro "é uma coisa boa em si", por abrigar emergentes onde antes só havia "ricos".

ESPERANÇA EMERGENTE
economist.com/specialreports

Como se fosse para ilustrar o novo desenho global, a "Economist" publica um encarte sobre "Carros nos mercados emergentes". Sob a sombra da falência da GM, destaca como Brics e outros "são a grande esperança da indústria... mas não será um passeio"

BUSH CONTRA O MUNDO
No enunciado on-line do "Wall Street Journal", "Bush defende o capitalismo americano às vésperas da cúpula do G20". Na versão do "FT", "Bush sai atirando em defesa do livre mercado". O mais que o presidente "pato manco" conseguiu admitir foi tornar os mercados financeiros "mais transparentes". E tratou de sublinhar, ele que estatizou boa parte do sistema financeiro nas últimas semanas, que a intervenção não "cura tudo" e não se deve permitir governo "demais" no mercado.
Por outro lado, sobre o G20, o "FT" ressaltou que a "crise forçou convidados orientais a se juntarem à festa". Alguns, "como China, Arábia Saudita e Coréia do Sul", grandes credores dos EUA. Cita, de um "funcionário brasileiro", que "passou o tempo" do G7.

OBAMA E AS OUTRAS CRISES
No site do "New York Times", quase nada de G20. Pelo contrário, a manchete on-line dizia que "líderes mundiais são rápidos a cobrar Barack Obama em política externa". Começou pelos russos, que exigem que não instale mísseis na Polônia. Passa pelos europeus, que querem dele que não exija "mudança de regime" no Irã. Também Israel, Coréia do Norte, até o Taleban, todos em campo com demandas. Sobre G20 e economia, silêncio.

POR FIDEL, DILMA E O PAPA
corriere.it
Lula defende Cuba, no "Corriere"

Lula surgiu em entrevistas nos italianos "La Reppublica" e "Corriere Della Sera", com enunciados semelhantes sobre a proposta que deve levar a Obama, de retirada do embargo americano contra Cuba. Por aqui, porém, só ecoaram as menções que fez a Dilma Rousseff, como sua sucessora.
Às agências de notícias católicas, por outro lado, só importava a assinatura do estatuto sobre a igreja no Brasil. Mas nem CNS nem CNA detalharam -e até o blog de José Dirceu cobrou do Itamaraty "todos os devidos esclarecimentos" sobre o acordo com a Santa Sé.

APOIO À DEMOCRACIA
E saiu o Latinobarómetro, a pesquisa anual que a "Economist" publica com exclusividade, sobre o pensamento político dos latino-americanos. No destaque da revista, "cinco anos de crescimento econômico levaram a um lento, mas relativamente firme, aumento no apoio à democracia e suas instituições na América Latina". Entre os brasileiros, por exemplo, a democracia passou a ser o regime preferido de 47%, contra 43% no ano passado -e 30% em 2001, sete anos atrás. Na região toda, uma "pequena maioria" já prefere a democracia, afinal.
Sob o título "Democracia e a desaceleração", a revista alerta que agora "a tarefa é assegurar que as dificuldades econômicas não enfraqueçam o apoio à democracia".

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@ - Nelson de Sá



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