São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 2000

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PAINEL


Tocaia grande
FHC faz um jogo de paciência com ACM. Até fevereiro, quando o pefelista deixará o comando do Senado, o presidente ficará calado e não vai aceitar provocações, a menos que algum terremoto ocorra no período. Depois, muda a qualidade de sua relação com o baiano.

Moqueca baiana
O tempo, acredita-se em círculos próximos de FHC, joga a favor do presidente: a partir de fevereiro, ACM estará mais fraco e mais dependente das concessões do Planalto. E precisará dos cargos que detêm para impedir a desagregação que já começa a ocorrer em suas bases na Bahia.

Escárnio extra
Além de dizer que FHC tolera a corrupção, ACM fez uma outra desfeita para o presidente. Convidado para jantar anteontem no Alvorada, o pefelista recusou em grande estilo. Estava "trabalhando para a Nação".

Até tu, Parente?
Digno de registro: até Pedro Parente (Casa Civil) achou que ACM passou dos limites ao dizer que FHC tolera a corrupção. O baiano desta vez foi unanimidade no Planalto. Contra.

Tempo de campanha
Cena inusitada no Congresso ontem à noite. Aécio Neves (PSDB-MG) estava sentado ao lado do baixo clero, nas últimas filas do plenário da Câmara.

Bigodes de molho
José Sarney (AP) está aos poucos se recolocando como opção para a presidência do Senado. Só não quer disputar com Jader Barbalho na bancada do PMDB. Está na expectativa de que o partido lance outro nome.

Acelera, senador!
De volta da temporada na favela, Suplicy (PT-SP) resolveu fazer aulas de "spinning" em Brasília. Ontem, pedalou durante 50 minutos sob o comando de um professor. Numa bicicleta parada. "Não pensei que fosse conseguir", comemorou.

Não, obrigado
Reitor da PUC-SP, Antonio Carlos Ronca foi convidado por Marta Suplicy para a Secretaria da Educação. Recusou. A eleita procura com preocupação um nome que apazigúe a briga pela vaga no PT, que corre solta.

Mobral
Estratégica para o PT, a Secretaria da Educação de Marta está encantada. Sondado, Cristovam Buarque refugou de saída. Mário Sergio Cortella disse não. E Fernando Morais preferiu continuar escrevendo seus livros. Ronca engorda a lista de recusas. O próximo, por favor.

Círculo vicioso
A família de Hildebrando Pascoal continua influente no Acre. Amarildo Pascoal, primo do deputado cassado, foi nomeado secretário de Flaviano Melo (PMDB), prefeito eleito de Rio Branco. Cuidará das obras.

De bom tamanho
O tucano Artur da Távola desistiu de esperar pelo Ministério da Cultura de FHC. Despediu-se ontem do Senado, a fim de assumir a pasta equivalente na prefeitura de Cesar Maia (RJ).

Estilo conciliador
De Domingos Leonelli, presidente do PSB-BA, sobre a reação do governo a ACM, que dissera que FHC tolera a corrupção: "A resposta do porta-voz foi quase um pedido de desculpas".

Quem dá mais
O PTB é sábio. Se a negociação com Ciro Gomes naufragar, a legenda cogita uma aproximação com as eventuais candidaturas dos pefelistas Jaime Lerner (PR) e Roseana Sarney (MA).

Duelo paulista
Rivais, Orestes Quércia e Michel Temer acertaram fazer uma prévia em abril de 2002 para escolher o candidato do PMDB à sucessão de Mário Covas.

TIROTEIO

Do advogado-geral da União, Gilmar Mendes, respondendo a acusação do constitucionalista Luís Alberto Barroso de que ele defende bem o patrimônio, mas não o interesse público:
- Alguns advogados tentam vender a idéia de que são os únicos e verdadeiros depositários do interesse público. Felizmente, estamos conseguindo impor uma sequência significativa de derrotas a esses supostos defensores da causa pública.

CONTRAPONTO

Primeira classe

A exemplo de Serra (Saúde), Andrea Matarazzo (Comunicação de Governo) tem medo de voar. E não é de hoje. Nos anos 80, embarcou num avião em SP com seu pai, Giannandrea.
O avião nem havia iniciado os procedimentos para a decolagem e Matarazzo reclamou:
- Não estou passando bem.
- Fica quieto -disse o pai.
Não adiantou. O hoje ministro ficou pálido, começou a suar frio e a sentir palpitações. A porta fechou. Matarazzo não aguentou e chamou a aeromoça:
- Manda o avião voltar que eu estou enfartando.
A aeromoça foi à cabine e o avião começou a retornar. Ao ver uma ambulância com os faróis piscando, disse ao pai:
- Já estou melhor. Vou dizer ao comandante que não precisa mais voltar.
Giannandrea não hesitou:
- Se você abrir a boca, te dou uma bolacha!


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