São Paulo, quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

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PAINEL

Cordão de isolamento
Manter o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) longe do plenário da CPI dos Bingos foi a parte que coube ao PSDB para esvaziar a votação da convocação de Antonio Palocci (Fazenda). Na articulação, Tasso Jereissati (PSDB-CE) contou com o aval do restante da bancada.

Ave desgarrada
Parte do PFL não esconde o desconforto com a "liderança paralela" exercida por Antonio Carlos Magalhães no Senado. Não foi a primeira vez que o baiano, em atuação pró-Palocci, confrontou orientação do líder da bancada, José Agripino (RN).

Desgaste interno
Para tentar minimizar a revolta pefelista com sua insistência em blindar Palocci, ACM conversou antes da reunião com o presidente da CPI, Efraim Morais (PFL-PB), que, mesmo assim, se queixou a aliados da interferência do correligionário no curso da investigação.

On the rocks
O senador José Jorge (PFL-PE) calculou quantos dólares caberiam nas três caixas de uísque que teriam sido transportadas para financiar a campanha de Lula, em 2002, segundo Rogério Buratti e Vladimir Poleto. Caso elas estivessem cheias, poderiam levar US$ 5,6 milhões.

Melhor não
Se o clima de guerra entre PT e PSDB na CPI dos Correios se mantiver, o presidente da comissão, Delcídio Amaral (PT-MS), pode cancelar a sessão de amanhã para votar requerimentos. Seu maior medo é um desfecho igual ao da CPI do Banestado, que acabou sem relatório.

Ghost writer
O ex-presidente do PT Tarso Genro operou ativamente nos bastidores, em conversas constantes com Marco Aurélio Garcia, para colocar pimenta no texto da resolução do Diretório Nacional com críticas à política econômica de Antonio Palocci.

Truco
O PFL deve bater o martelo na defesa de um mínimo de R$ 400,00 para se contrapor, em pleno ano eleitoral, à proposta de R$ 350,00 que deve ser defendida pelo governo. O mote será "ajudar" Lula a cumprir sua meta de dobrar o valor do salário .

Tô nem aí
O rombo estimado nas contas da Previdência caso o benefício vá para os R$ 350,00 governistas é de R$ 51 bi. Mesmo assim, os pefelistas não darão trégua.

Falta saber quando
Aldo Rebelo (PC do B-SP) e Renan Calheiros (PMDB-AL) já consultavam ontem um calendário em busca das melhores datas par a prorrogação dos trabalhos do Congresso.

Conjunto da obra 1
Acusado de ter vazado o depoimento sigiloso de uma testemunha da CPI do Tráfico de Armas, o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) enfrenta denúncia de exigir, desde seu período na Assembléia gaúcha, parte dos salários de assessores.

Conjunto da obra 2
Três dos ex-assessores depuseram no Ministério Público gaúcho. Semana passada, o procurador-geral Roberto Bandeira Pereira encaminhou as acusações ao procurador-geral da República, Antonio Fernando.

No atoleiro
Depois de ter sido aprovado em três comissões do Senado, o projeto de lei de gestão de florestas, prioritário para a Amazônia, parou na mão de seu relator na CCJ, José Agripino (PFL-RN), que não quer enviá-lo ao plenário enquanto não liberar verbas para uma ponte em Sergipe.

Tudo pelo Planalto
Geraldo Alckmin (PSDB) publica hoje o decreto no qual recusa aumento de 16.5% no seu salário de governador paulista. O valor passaria de R$ 12 mil mensais para quase R$ 15 mil.

TIROTEIO

Do deputado Pauderney Avelino (PFL-AM), sobre as críticas do governo à obstrução feita pela oposição ao Orçamento:
-Como nós, que somos cento e poucos, podemos impedir a votação do Orçamento? O governo que trate de ter número para votar suas propostas.

CONTRAPONTO

Causa própria

Para comemorar os 20 anos da Lei da Ação Civil Pública, a Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo acaba de lançar uma campanha que, entre outras coisas, terá um livro intitulado "Histórias Extraordinárias".
Entre os casos narrados está o de um ex-prefeito de Bauru que entre 1997 e 1998 montou um esquema de corrupção envolvendo fornecedores da administração municipal, caso investigado pela Promotoria de Justiça.
O inquérito acabou resultando na prisão do ex-prefeito, atualmente em liberdade condicional. Durante quatro anos, o homem ficou na cela especial construída por ele mesmo quando à frente da prefeitura.
O caso motivou muitas piadas em Bauru. Uma delas, motivo de charge no livro, diz que quando ele entrou na cela, um dos "colegas" disparou:
-De primeira! Por acaso o senhor fez pensando em usar?


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