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Assinatura de Tarso é falsa, conclui perito
RUBENS VALENTE
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Laudo do perito criminal Domingos Tocchetto, que na década
de 1990 apontou falhas na perícia
oficial do caso PC Farias, concluiu
que é falsa a assinatura atribuída
ao então presidente do PT, Tarso
Genro, na representação que pediu, em outubro, a cassação do
mandato do deputado Onyx Lorenzoni (PFL-RS), por suposta
quebra de decoro parlamentar.
O perito, contratado pela Executiva Nacional do PFL, comparou 42 diferentes assinaturas de
Tarso em documentos públicos,
entre 1993 e 2005, e concluiu que o
ex-ministro da Educação não é o
autor da rubrica que protocolou a
denúncia contra Lorenzoni.
"Concluímos que a assinatura
questionada, cuja autoria foi atribuída a Tarso Genro, (...) não é
autêntica e não confere com as assinaturas-padrão produzidas pelo
punho escritor de Tarso Genro",
afirma o laudo de Tocchetto, que
é perito aposentado e ex-diretor
substituto do Instituto de Criminalística do Rio Grande do Sul.
Em novembro, Tarso reconheceu assinaturas suas semelhantes
às da representação, num cartório
de Porto Alegre, e enviou à direção nacional do PT, em carta que
diz ser o autor da rubrica na representação. As assinaturas foram tomadas após suspeita de
fraude na representação, levantada pela revista "Veja", que tomou
como base um laudo do Instituto
Del Picchia, de São Paulo.
Essas assinaturas foram comparadas pelo perito e o resultado foi
igual: "Nenhuma das 42 assinaturas autênticas de Tarso Genro,
usadas como padrões, reproduz a
forma, a gênese e a posição relativa do grama de ataque (traço inicial) da assinatura questionada".
O deputado do PFL foi atacado
pelo PT por ter divulgado dados
da CPI dos Correios sobre a conduta do ex-deputado federal José
Dirceu no escândalo do "mensalão". O PT acusou Lorenzoni de
revelar "documentos sigilosos"
de Dirceu, ao questionar o pagamento de uma dívida de R$ 14,3
mil do ex-parlamentar com o PT.
O registro da dívida consta dos
documentos públicos entregues
pelo PT ao Tribunal Superior
Eleitoral. O dinheiro do Fundo
Partidário foi usado por Dirceu
para pagar gastos pessoais de sua
mulher em viagem ao exterior.
Ele devolveu o dinheiro ao PT.
Tarso não foi localizado. A direção nacional do PT em São Paulo
não se manifestou até o final da
tarde de ontem. O processo foi
suspenso para que seja tirada a
dúvida sobre a rubrica.
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