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Lula reúne "centrão" com 9 siglas e pede ajuda na CPMF
Presidente pede sintonia fina no Congresso no primeiro encontro do conselho político
Petista não fala de reforma ministerial e promete para
a semana que vem pacote com medidas econômicas que quer implementar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao instalar ontem o conselho
político composto pelos partidos de sua coalizão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz
esperar uma "sintonia fina"
com o Congresso e prometeu
apresentar aos aliados em reunião na próxima quarta-feira o
pacote com as medidas econômicas que deseja implementar.
O conselho decidiu ainda formular duas propostas de reforma política e tributária para
tentar aprovar no primeiro semestre de 2007.
Houve combinação prévia
entre o Planalto e a maioria dos
representantes dos nove partidos que compõem o que já é
chamado de novo "centrão" governista. Os participantes foram orientados a não abordar
os temas da reforma ministerial e das eleições para as presidências do Congresso.
Enquanto falava da "importância" da formalização do conselho, Lula reclamou de "entraves" a um crescimento mais robusto do PIB (Produto Interno
Bruto). Citou ações do Ministério do Meio Ambiente, do TCU
(Tribunal de Contas da União)
e do Ministério Público.
Num tom de quem já admite
que dificilmente alcançará os
5% de crescimento que prometeu, Lula falou que as medidas
que pretende implementar
precisam do apoio dos aliados.
Questionado se, diante de tal
coalizão, não há mais motivos
para derrotas em votações no
Congresso, o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, afirmou, na saída: "Exatamente. Só haveria essa possibilidade se a coalizão, no âmbito
do Congresso, não fosse capaz
de dar conseqüência a esse espírito que nós sentimos tão forte na reunião de hoje [ontem]".
Lula disse que será "um problema" acabar com a CPMF
(Contribuição Provisória sobre
Movimentação Financeira).
Falou que ela arrecada R$ 30
bilhões por ano e que é fundamental para fechar as contas
públicas. Para vigorar em 2008,
a CPMF precisará ser prorrogada no ano que vem.
Participaram do encontro os
presidentes dos nove partidos
aliados: PT, PMDB, PSB, PP,
PTB, PC do B, PR, PV e PDT.
No final, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que o grupo não representa um "conselho deliberativo". "Não é um conselho deliberativo. Emite opiniões políticas, o presidente pode acatá-las ou não", disse.
As reuniões do conselho político não terão periodicidade fixa, mas sua presidência será rotativa. A criação do conselho foi
a saída que o governo encontrou para tentar formar uma
maioria sólida no Congresso.
Em vez de acordos isolados, o
governo quer negociar com os
presidentes dos partidos.
(KA, ES e PDL)
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