São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

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Lula reúne "centrão" com 9 siglas e pede ajuda na CPMF

Presidente pede sintonia fina no Congresso no primeiro encontro do conselho político

Petista não fala de reforma ministerial e promete para a semana que vem pacote com medidas econômicas que quer implementar


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao instalar ontem o conselho político composto pelos partidos de sua coalizão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz esperar uma "sintonia fina" com o Congresso e prometeu apresentar aos aliados em reunião na próxima quarta-feira o pacote com as medidas econômicas que deseja implementar.
O conselho decidiu ainda formular duas propostas de reforma política e tributária para tentar aprovar no primeiro semestre de 2007.
Houve combinação prévia entre o Planalto e a maioria dos representantes dos nove partidos que compõem o que já é chamado de novo "centrão" governista. Os participantes foram orientados a não abordar os temas da reforma ministerial e das eleições para as presidências do Congresso.
Enquanto falava da "importância" da formalização do conselho, Lula reclamou de "entraves" a um crescimento mais robusto do PIB (Produto Interno Bruto). Citou ações do Ministério do Meio Ambiente, do TCU (Tribunal de Contas da União) e do Ministério Público.
Num tom de quem já admite que dificilmente alcançará os 5% de crescimento que prometeu, Lula falou que as medidas que pretende implementar precisam do apoio dos aliados.
Questionado se, diante de tal coalizão, não há mais motivos para derrotas em votações no Congresso, o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, afirmou, na saída: "Exatamente. Só haveria essa possibilidade se a coalizão, no âmbito do Congresso, não fosse capaz de dar conseqüência a esse espírito que nós sentimos tão forte na reunião de hoje [ontem]".
Lula disse que será "um problema" acabar com a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Falou que ela arrecada R$ 30 bilhões por ano e que é fundamental para fechar as contas públicas. Para vigorar em 2008, a CPMF precisará ser prorrogada no ano que vem.
Participaram do encontro os presidentes dos nove partidos aliados: PT, PMDB, PSB, PP, PTB, PC do B, PR, PV e PDT.
No final, o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, afirmou que o grupo não representa um "conselho deliberativo". "Não é um conselho deliberativo. Emite opiniões políticas, o presidente pode acatá-las ou não", disse.
As reuniões do conselho político não terão periodicidade fixa, mas sua presidência será rotativa. A criação do conselho foi a saída que o governo encontrou para tentar formar uma maioria sólida no Congresso. Em vez de acordos isolados, o governo quer negociar com os presidentes dos partidos.
(KA, ES e PDL)


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