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Toda Mídia
Nelson de Sá
"JK" e os movimentos
No intervalo de reuniões sobre o pacote econômico,
Lula recebeu os movimentos sociais, sem "photo-op".
O encontro entrou na escalada de manchetes da
Record, mas nem foi citado no "Jornal Nacional".
MST, CUT etc. "pressionam a levar o governo para a
esquerda", na Reuters Brasil, e "querem Lula de volta
à esquerda", na Folha Online. O MST avisou que
"acabou a fase do movimento chapa-branca" e a UNE
já programou "manifestações de rua, uma contra
Henrique Meirelles". Depois, no Terra e outros, Lula
declarou que sua crítica à esquerda foi "brincadeira".
De volta às reuniões sobre o pacote, na manchete do
"Valor Econômico" de ontem, o destaque de que seu
plano de metas "se inspira em JK", não na esquerda.
BARULHO AQUI E ALI
Longe dos movimentos sociais, após o primeiro encontro do "conselho político",
com presidentes dos partidos
governistas, segundo a Folha Online, Lula saiu dizendo que
o pacote econômico que vem
desenhando deve provocar
"um barulho aqui e outro ali",
mas é necessário porque:
- Há muita coisa que atrapalha o crescimento do país,
muitas normas que têm que
ser mudadas. E que só vão ser
mudadas se a gente tiver boa
cumplicidade com o Congresso e a sociedade brasileira.
OS PRIMEIROS
Como resultado do encontro, no registro do "JN" e na
manchete dos portais à noite,
os presidentes dos "nove partidos da coalizão" serão os primeiros a conhecer as medidas
do pacote, em nova reunião
na terça ou na quarta que
vem. Mas nada de conversar
também com os movimentos.
JÁ ESCOLHE
Antes do conselho, as exigências de cargos se espalhavam pela internet, como na
manchete do UOL, "PDT decide apoiar Lula e já escolhe
ministérios". Não quer Pesca
e coisas assim, mas Educação,
Cidades, Previdência, por aí.
PRAGMATISMO
E prossegue a análise do ciclo eleitoral na América Latina. Ontem foi o "Washington Post", com longo artigo de um
diretor do Hudson Institute,
"Uma esquerda pragmática
na América Latina". O início:
- Não muito tempo atrás,
Lula era recebido como uma
influência castrista na centralização da economia ao estilo
comunista e na subversão das
democracias vizinhas. Após
quatro anos de governança
responsável, não dispara mais
os alarmes em Washington.
A idéia é que a Casa Branca
"tenha Lula em mente" ao lidar com os recém-chegados.
"ENGAJAR"
É o que pensa também o
subsecretário para o hemisfério no Departamento de Estado, Thomas Shannon, que
quer "engajar de forma inteligente" a região para conseguir
"um impacto significativo".
Em resposta à BBC Brasil,
sobre a "agenda travada" no
comércio, disse que Brasil e
EUA "têm política comercial
agressiva, o que é positivo",
mas tudo se decidirá na OMC.
Já o novo embaixador do
Brasil em Washington fala em
"relançar" a negociação entre
Mercosul e EUA, "mas os
americanos têm resistido".
SEM SES NEM MAS
Em editorial sobre Pinochet, a "Economist" foi direta:
- Sem ses nem mas. Seja o que for que o general tenha feito pela economia, ele foi um homem mau... Mesmo se a história vier a se importar de recordar que ele privatizou a previdência, isso não vai apagar a memória da tortura.
Já a reportagem "Acabando com a impunidade" avaliou que seu "legado involuntário" é o movimento crescente por punição de déspostas. Até o Brasil, observa, "acaba de abrir a sua primeira investigação", sobre Brilhante Ulstra.
economist.com/Reprodução
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"NÃO MEXA COM A RÚSSIA"
A capa da "Economist" expõe o "abuso da Rússia com seu músculo de energia". O poder do petróleo e do gás, o mesmo que dobrou o Brasil na Bolívia, levou agora a britânica Shell e parceiros japoneses a passar concessões à russa Gazprom. Isso, avisa a revista, "é ruim para seus cidadãos, para seus vizinhos", a saber, a Europa Ocidental, "e para o mundo".
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