|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Governo mira em "infiéis" da própria base aliada
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O resultado da votação levou
o governo a prometer retaliação contra "infiéis". De 53 senadores em partidos aliados, só
45 ficaram ao lado do Planalto.
Com isso, o governo riscou de
sua lista nomes como Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Geraldo Mesquita (PMDB-AC),
Expedito Jr. (PR-RO), Jarbas
Vasconcelos (PMDB-PE) e
Mão Santa (PMDB-PI).
Mesquita e Expedito desafiaram o governo a retaliá-los. "Se
houver retaliação, vou denunciar. A votação tem que ser encarada como parte do jogo democrático", disse Expedito.
Mesquita afirmou que não
tem "nem cargo de síndico", o
que dificultará uma eventual
retaliação. "Só se o palácio for
burro e não entender que isso
faz parte da democracia." O
problema do senador é com a
concentração de poder nas
mãos de Tião Viana (PT-AC) e
do ex-governador Jorge Viana
(PT), que controlam a maioria
dos cargos federais no Estado.
Ao fazer uma análise do resultado, os líderes governistas
avaliaram que a derrota foi imposta pela base aliada -e não
pela oposição. O ministro José
Múcio (Relações Institucionais), que comandou a reta final das negociações, reconheceu: "Poderia até dizer que perdemos para nós mesmos". Assim, a estratégia do governo será construir "pontes" com
DEM e PSDB para aprovar projetos de interesse do Planalto.
A base aliada conta, na prática, apenas com 47 senadores:
os 45 que votaram a favor da
CPMF, mais Romeu Tuma
(PTB-SP) e César Borges (PR-BA). Os dois foram obrigados a
votar contra sob a ameaça de
perda de mandato por parte do
Democratas, partido do qual
saíram para ingressar em siglas
governistas exatamente para
votar projetos de interesse do
presidente Lula.
Texto Anterior: Janio de Freitas: A partir da derrota Próximo Texto: Traições, erros e 2010 derrotam governo Índice
|