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"Grupo dos 30" sela aliança com Aldo contra Chinaglia
Independentes querem candidato próprio e apoio ao atual presidente no 2º turno
Tucanos descontentes com apoio do partido a petista podem aderir a um terceiro candidato na disputa pela presidência da Câmara
VALDO CRUZ
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O "Grupo dos 30" e o PFL
apostam no lançamento de um
terceiro nome para forçar um
segundo turno na eleição para
presidente da Câmara e reverter o favoritismo de Arlindo
Chinaglia (PT-SP) na disputa
com Aldo Rebelo (PC do B-SP).
Amanhã, os deputados independentes ligados ao "Grupo
dos 30" pretendem escolher o
nome desse terceiro candidato.
O favorito hoje é o tucano Gustavo Fruet (PR).
A estratégia da terceira via,
que conta com a simpatia do
PFL, é forçar o segundo turno
para tentar eleger Aldo e derrotar Chinaglia, batizado pelos
independentes de candidato do
ex-ministro José Dirceu.
Neste final de semana, o grupo independente começou a
ganhar a adesão de tucanos
descontentes com o anúncio de
que o PSDB iria apoiar a candidatura de Chinaglia.
Alguns desses deputados, como Paulo Renato Souza e José
Aníbal, podem participar da
reunião da terceira via de amanhã. Eles estimam que entre 15
e 20 tucanos devem formar
uma dissidência caso o partido
insista no apoio ao petista.
Gustavo Fruet aceita analisar
a possibilidade de sair candidato, desde que não seja no papel
de anticandidato nem numa
atitude de confronto com seu
partido. "Uma terceira candidatura pode ser importante,
principalmente para tentar
montar uma pauta que discuta
a recuperação da imagem da
Câmara", afirmou.
A estratégia também foi acertada com o próprio Aldo, que
está acompanhando as articulações. Aliados do presidente
da Câmara avaliam que esse
pacto ficou implícito desde que
Chinaglia tentou desqualificar
uma terceira candidatura.
O PFL preferia que a terceira
via apoiasse desde já Aldo Rebelo, mas avalia que um terceiro nome pode ajudar o atual
presidente da Câmara. "O Aldo
pode se aproximar desse grupo
e conquistá-lo no segundo turno", disse o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA).
O pefelista ainda aposta numa mudança no posicionamento oficial dos tucanos em relação à disputa pelo comando da
Câmara. "O PSDB, que tem a
ambição de eleger o próximo
presidente do país, não pode fazer acordos em troca de migalhas do governo."
Antes de Fruet, o chamado
"Grupo dos 30" tentou legitimar sua candidatura lançando
um deputado do PT ou do
PMDB. Foram sondados José
Eduardo Cardozo (PT-SP), Osmar Serraglio (PMDB-PR) e
Michel Temer (PMDB-SP),
mas nenhum deles aceitou a
empreitada.
O nome de Fruet surgiu principalmente devido ao destaque
que teve na CPI dos Correios,
da qual foi subrelator de movimentação financeira.
"Fruet é um bom nome, está
perfeitamente enquadrado nos
pressupostos defendidos por
nosso grupo", disse a deputada
Luiza Erundina (PSB-SP), também cotadas para ser candidata
pelo grupo.
O PSOL, que terá três deputados na próxima legislatura, é
voz dissonante no grupo. O partido não concorda em apoiar
Aldo no segundo turno nem
com Fruet como candidato.
"Não apoiamos nenhuma figura que tenha vinculação com o
governo e que tenha sido conivente com o aumento salarial
dos deputados [de 91%]", afirmou a deputada Luciana Genro
(PSOL-RS).
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