|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONGRESSO
PSDB tem a maior bancada, apesar de só ontem ter perdido dois deputados; tamanho determina distribuição de presidências
Disputa por comissões ameaça tucanos
WILSON SILVEIRA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A disputa dos partidos por espaço nas comissões da Câmara está
ameaçando a soberania do PSDB.
O partido do presidente Fernando Henrique Cardoso começou o dia ontem com 103 deputados e terminou com 101, apenas
um a mais do que o PFL -seu
principal rival na eleição para a
presidência da Casa. Antes de encerrada a eleição para a Mesa Diretora, os partidos tentavam
atrair mais deputados, para aumentar seu cacife nas comissões.
Tradicionalmente, o tamanho
das bancadas em 15 de fevereiro
-primeiro dia do ano legislativo- determina a distribuição das
presidências das 16 comissões
permanentes entre os partidos.
Anteontem, seis deputados mudaram de partido. Ontem, quatro
(sem contar o afastamento de suplentes e a reassunção de titulares
para votar na eleição). Outras
mudanças podem ocorrer hoje.
Do início deste mês até ontem,
15 deputados trocaram de partido, beneficiando principalmente
o PSB, que ganhou cinco deputados, vindos do PDT, do PSDB e
até do PFL.
O PFL pretende formar bloco
parlamentar com o PHS, o PTN e
o PST, somando cinco deputados
à sua bancada. Com isso, teria 106
deputados, já que anteontem perdeu o deputado Wanderley Martins (RJ) para o PSB.
"Isso não me assusta. No dia 15,
o PSDB será a maior bancada",
afirmou anteontem Aécio Neves
(MG), então líder do partido.
O PSDB é o maior partido da
Câmara dos Deputados, apesar de
ter perdido ontem Ezídio Pinheiro (RS) para o PSB e Lino Rossi
(MT) para o PST.
A maior bancada tem o direito
de escolher primeiro a comissão
que quer presidir. A comissão
mais disputada é a CCJ (Comissão
de Constituição e Justiça), que
analisa todos os projetos que passam pela Casa.
Além das presidências, os maiores partidos se revezam na escolha dos relatores dos projetos nas
comissões especiais (temporárias,
formadas para analisar projetos
de lei mais complexos e de emenda constitucional ).
No ano passado, o troca-troca
de partidos provocou uma crise
na base aliada. No último minuto,
o PSDB apresentou a formação
do bloco com o PTB, deixando o
PMDB e o PFL em segundo e terceiro lugares, respectivamente. A
mudança de partido acabou deixando o PPB, outro aliado, em
quinto lugar, atrás do PT.
No final da tarde de ontem, o tamanho das bancadas era o seguinte: PSDB, 101; PFL, 100;
PMDB, 98; PT, 56; PPB, 48; bloco
PDT-PPS, 27; bloco PSB-PC do B,
27; PTB, 26; bloco PL-PSL, 20;
PST, 5; PV, PTN e PHS, 1 (cada) e
sem partido, 2.
O regimento da Câmara não especifica que a composição de hoje
da Câmara é que deve ser o parâmetro para compor as comissões.
Diz apenas "início da sessão legislativa", que, segundo assessores
da Secretaria Geral da Mesa, também pode ser a véspera da eleição
dos presidentes e membros das
comissões. A data será fixada pelo
novo presidente da Casa.
Na eleição da Mesa, o ex-presidente da Câmara Michel Temer
(PMDB-SP) quebrou a tradição
ao indicar o dia 15 de dezembro
como parâmetro para a definição
do tamanho das bancadas.
Colaborou DENISE MADUEÑO, da Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Eleito defende esforços para recompor base Próximo Texto: Acordos tiram importância de PSDB na Mesa Índice
|