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Após derrota, Serra busca diálogo com Aníbal
Novo líder da bancada tucana afirma que, na ligação, governador paulista defendeu a unidade do PSDB
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Disposto a escapar da imagem de derrotado, o governador de São Paulo, José Serra, telefonou para o novo líder do
PSDB, José Aníbal (SP), pregando a unidade partidária. No
telefonema, feito ao deputado
na noite de quarta, horas depois da eleição, Serra recomendou que todos estejam juntos,
como relatou o próprio Aníbal.
"Ele só perguntou: "E aí?
Agora, como é? Todo mundo
junto, né?" Achei ótimo. Essa é
também minha preocupação",
descreveu Aníbal.
Agora, dizem aliados, Serra
tem que se imunizar contra a
pecha de mais uma derrota: o
lançamento da candidatura de
Geraldo Alckmin à Prefeitura
de São Paulo. Não é à toa que
ele vem repetindo que Alckmin
será candidato se quiser.
Ao longo do processo, Serra
fez questão de dizer que não interferiria na eleição na Câmara,
mas, até por laços de amizade,
seus aliados, como os secretários Aloysio Nunes Ferreira e
Alberto Goldman, não escondiam a simpatia pela candidatura de Arnaldo Madeira, que
também contou com o apoio de
Jutahy Magalhães (BA).
Para um serrista, a preferência de Serra e do governador
Aécio Neves (MG) na votação
ficou evidente em dois fatos.
Eleitor de Madeira, o secretário
estadual Custódio Mattos não
pôde se licenciar do governo de
Minas para votar. Já Walter
Feldman deixou a Prefeitura de
São Paulo. Para Aníbal, Aécio o
"ajudou ao não interferir" e
"Serra não interveio".
"Conversei com ele três vezes e ele realmente deixou claro
que diretamente... que não se
envolveria. Agora, o entorno do
governador tem deputados e
ex-deputados que claramente
se manifestaram. Mas não teve
conseqüência prática", disse.
Sobre a presença de Feldman, Aníbal afirma: "Do ponto
de vista prático, perdeu tempo.
Agora, de qualquer maneira, ele
quis marcar posição".
Feldman reagiu: "Democracia não é só resultado. Sou deputado. Fui manifestar meu voto". Segundo cálculos na bancada, Aníbal contou com 10 dos 18
votos de São Paulo. Ontem, ele
frisava que a "disputa acabou",
mas não escondeu suas diferenças com Jutahy. O prefeito
Gilberto Kassab (DEM) parabenizou o partido pela escolha,
mas se recusou a comentar o
impacto na sua candidatura.
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