São Paulo, domingo, 15 de fevereiro de 2009

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Barões do marketing político assumem publicidade em SP

Duda Mendonça, Nizan Guanaes e Fernando Barros são responsáveis por contas do governo do tucano José Serra

De olho na eleição de 2010, interlocutores do tucano dizem que o publicitário Luiz González não seria o ideal para campanha fora de SP


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Nomes expressivos do marketing político, os baianos Duda Mendonça, Nizan Guanaes e Fernando Barros se lançaram em disputa pelas contas de publicidade do governo do Estado de São Paulo.
Num momento em que o governador José Serra lidera as pesquisas para a Presidência da República, as agências desses publicitários -a Duda Mendonça & Associados Propaganda, a 3P Comunicações e a Propeg- têm participado, desde o ano passado, de concorrências no Estado. Hoje, cada uma é responsável por uma conta milionária na área de transportes metropolitanos.
O movimento coincide com outro: o de tucanos que pressionam para que Serra convide um marqueteiro de fora de São Paulo para o comando de sua campanha em 2010.
Interlocutores do governador -entre eles, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), e o embaixador Sérgio Amaral- insistem na ideia de que o jornalista Luiz González, responsável por sua vitória em 2004 e 2006, funciona bem em São Paulo, mas não conhece o resto do país.
Prova disso, segundo essa linha de raciocínio, seria a derrota de Geraldo Alckmin para o presidente Lula em 2006.
Segundo tucanos, Guerra intercedeu pessoalmente em favor de Duda, sugerindo que Serra não feche as portas para o publicitário, que coordenou a comunicação da campanha de Lula em 2002.
Nizan, por sua vez, conta com a simpatia do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em 2002, comandou a campanha de Serra para a Presidência. Os dois romperam. No fim de 2007, Nizan buscou uma reaproximação com Serra, a quem ofereceu um jantar. Apesar do desfecho da campanha de 2002, manifestou sua admiração e elogiou o prefeito Gilberto Kassab (DEM).
Segundo o vice-presidente da 3P-MPM, Rui Rodrigues, a agência decidiu participar de concorrências em São Paulo porque só agora oferece estrutura para contas desses porte".
Já Fernando Barros -que tem trânsito com parlamentares do DEM e do PSDB- afirma que o volume de contratos é atraente.
Em novembro, a Propeg, de Barros, venceu uma concorrência para prestação de serviços de publicidade para a CPTM. Com prazo de seis meses, o contrato é de R$ 14 milhões.
No dia 28 de outubro, a Duda Mendonça foi contratada, por outros R$ 14 milhões, para divulgação das obras de expansão do Metrô. O contrato também é de seis meses.
A 3P Comunicações, de Nizan, também foi contratada pelo Metrô, a R$ 11 milhões, por um período de seis meses.
Segundo dados do Diário Oficial, as três agências participaram de outras concorrências, incluindo as realizadas pela Secretaria de Comunicação do Estado, além de Dersa e Sabesp.
Para a escolha das agências, o governo adota um critério de pontuação que leva em conta qualificação técnica e preço.
O Metrô e a CPTM informaram, por intermédio de sua assessoria, que "o governo de São Paulo contratou em 2008, através de licitação, cinco empresas para executar serviços de comunicação para o Metrô e para a CPTM. O total da verba licitada é de R$ 57 milhões. Esse investimento será feito em campanhas de esclarecimento e informação dos usuários e da população em geral, assim como para comunicar as medidas de modernização e ampliação da rede de transporte coletivo sobre trilhos na região metropolitana de São Paulo, que está recebendo verbas superiores a R$ 20 bilhões no período 2007-2010, aplicadas em seu Plano de Expansão".


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