São Paulo, segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

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Visita à sede da PF, onde governador está preso, vira atração de Carnaval

Leonardo Carvalho/Folha Imagem
Fábio Peres, cunhado de Arruda, leva comida para o governador afastado do DF, preso na Superintendência da PF em Brasília

DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A prisão do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda, virou atração na Superintendência da PF, em Brasília, no domingo de Carnaval. Várias pessoas foram até o local para protestar, levar presentes e mesmo tentar o acesso direto ao governador, preso desde sexta-feira.
Pela manhã, um homem identificado pelos policiais apenas como Adilson tentou entregar um livro de poesias intitulado "Coletânea Poética do Guará" ao governador, mas acabou sendo barrado na portaria pela segurança.
Paulo Wilson, que se identificou apenas como um colega de Arruda, conseguiu entrar na PF, levando o livro "1876", do escritor Gore Vidal.
Outro amigo de Arruda que o visitou neste domingo acabou barrado na porta da superintendência: o presidente interino do DEM no DF, o deputado Osório Adriano. Segundo a PF, a entrada foi negada porque o nome do deputado não estava registrado.
A professora Anita Grossi também tentou fazer visita, mas foi impedida pelos policiais. "Por que só ele? Outros 10 mil tinham que estar aqui. Os porões do PT são piores que os da ditadura", afirmou Anita.
O governador interino, Paulo Octávio (DEM), não visitou Arruda desde que assumiu o cargo após a prisão do titular.
Ontem, nenhum familiar foi à sala que serve de cela. No começo do tarde, o cunhado de Arruda, Fábio Peres, entregou o almoço do governador afastado para os agentes federais, mas saiu logo em seguida.
A avó do governador afastado também tentou visitá-lo à tarde, mas desistiu depois que viu os jornalistas.
O advogado Thiago Bouza foi o único que passou mais tempo no local. Segundo ele, o governador está "abatido, mas cada vez melhor". "Ele está consciente do que está acontecendo e sabe que pode demorar [para sair]", afirmou.
Bouza é da equipe que defende Arruda no inquérito da Caixa de Pandora. "O governador está recuperando as forças", disse o advogado.
Nas conversas com Bouza, de acordo com o advogado, Arruda não demonstrou nenhum interesse em saber da repercussão de sua prisão, nem dos desdobramentos da operação Caixa de Pandora. Eles teriam passado o tempo conversando sobre amenidades.
Bouza e Arruda conversaram sobre a prisão do sobrinho do governador, Rodrigo Arantes, acusado de ser o operador da tentativa de suborno a uma testemunha do mensalão do DEM. Segundo Bouza, Rodrigo, que está no presídio da Papuda, está "muito bem".


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