TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA

O governo de Rondônia, comandado pelo tucano Ivo Cassol, contratou duas empresas para o fornecimento de refeições para os quatro hospitais da rede estadual na capital, durante seis meses, por R$ 10,6 milhões. Os contratos, que tiveram licitações dispensadas "em caráter emergencial", são para a produção de três refeições diárias para 678 internos. Considerando esse volume, cada refeição sairá por R$ 29.
Como comparação, os 1.050 detentos do presídio Urso Branco, em Rondônia, recebem refeições que custam R$ 4,25 cada uma. No presídio, as refeições são produzidas pela Nutritiva Ltda., que foi contratada por licitação, em 1999.
O valor de R$ 29 considera que os quatro hospitais da capital permaneceriam com todos os 678 leitos lotados durante dezembro e os cinco primeiros meses de 2004.
Em 2003, segundo o secretário da Saúde, Miguel Sena Filho, o Estado gastou R$ 7,69 milhões na alimentação de pacientes, fornecidas por outras empresas, que passaram por licitação.
No "Diário Oficial" de 1º de dezembro de 2003, está registrado ato assinado pelo secretário Sena Filho que dispensa a licitação para a contratação da empresa responsável pelo fornecimento das refeições para os hospitais da capital.
Na edição de 30 de janeiro, o "Diário Oficial" do Estado homologa a contratação das empresas Rondo Service Ltda. e Nutriserv-Serviços de Alimentação e Nutrição Ltda. Pelos contratos, a primeira receberá R$ 6,25 milhões, e a segunda, R$ 4,32 milhões.
"Essa alimentação é diferenciada. Ela tem acompanhamento de nutricionistas", diz o secretário.
No Hospital Estadual de Extrema, administrado por Néia Sena, irmã do secretário, as refeições são preparadas por três pessoas. Nenhum nutricionista atua no hospital, diz um funcionário, e a lotação média não chega a 20 leitos (25% da capacidade). A irmã do secretário confirmou que a lotação média é baixa.



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