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São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2003

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Lula ataca pulverização de ação social

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem a necessidade de uma política social unificada e desprovida de "marcas pessoais". Disse ainda que as verbas para a área são "pulverizadas" e nem sempre atendem às pessoas que mais precisam. As declarações sinalizam o interesse de Lula em corrigir os rumos do governo na área social e apaziguar disputas entre ministros.
"Não temos de ter 500 políticas [sociais] diferenciadas. Não temos de criar a marca do prefeito, do secretário ou do vice-secretário. A marca é da sociedade. Senão, nós não atingiremos o nosso objetivo", disse Lula durante lançamento da Rede 10 - Luta Contra a Pobreza Urbana -programa que reúne 200 cidades da União Européia e da América Latina no combate à miséria.
A afirmação sobre "marcas pessoais" tem destino certo. Na área social, o governo é criticado pela falta de rumo e pelo excesso de pastas e de ministros.
José Graziano (Segurança Alimentar), com o Fome Zero, é acusado de querer abraçar ações sociais de outras pastas, como o atendimento à família, que seria de Benedita da Silva (Promoção Social). Cristovam Buarque (Educação) quer disputar com o Fome Zero o apoio empresarial para o Analfabetismo Zero. Ainda disputam espaço Olívio Dutra (Cidades) e Jaques Wagner (Trabalho).
Lula criticou o desperdício de verbas em ações "pulverizadas". A União "gasta quase R$ 7 bilhões em política de transferência de renda. Mas é muito pulverizado. Houve um tempo em que as transferências de renda eram feitas, me parece, em função da proximidade das eleições. Cada ministro criava sua política social."
O "risco", segundo Lula, é a verba pública não chegar aos que mais precisam. Em sua fala de 20 minutos -foi interrompido três vezes por aplausos-, o presidente cobrou dos governantes a definição de prioridades, já que é "impossível fazer tudo". Arrancou risos quando disse que a marca de um bom governante não é a foto que ele terá em um salão nobre, mas as ações sociais que deixar.
Além de Graziano e de Dutra, estiveram no ato José Dirceu e os prefeitos Fernando Pimentel (BH) e Marta Suplicy (SP).


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