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Lula ataca pulverização de ação social
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva defendeu ontem a necessidade de uma política social unificada e desprovida de "marcas
pessoais". Disse ainda que as verbas para a área são "pulverizadas"
e nem sempre atendem às pessoas
que mais precisam. As declarações sinalizam o interesse de Lula
em corrigir os rumos do governo
na área social e apaziguar disputas entre ministros.
"Não temos de ter 500 políticas
[sociais] diferenciadas. Não temos de criar a marca do prefeito,
do secretário ou do vice-secretário. A marca é da sociedade. Senão, nós não atingiremos o nosso
objetivo", disse Lula durante lançamento da Rede 10 - Luta Contra
a Pobreza Urbana -programa
que reúne 200 cidades da União
Européia e da América Latina no
combate à miséria.
A afirmação sobre "marcas pessoais" tem destino certo. Na área
social, o governo é criticado pela
falta de rumo e pelo excesso de
pastas e de ministros.
José Graziano (Segurança Alimentar), com o Fome Zero, é acusado de querer abraçar ações sociais de outras pastas, como o
atendimento à família, que seria
de Benedita da Silva (Promoção
Social). Cristovam Buarque (Educação) quer disputar com o Fome
Zero o apoio empresarial para o
Analfabetismo Zero. Ainda disputam espaço Olívio Dutra (Cidades) e Jaques Wagner (Trabalho).
Lula criticou o desperdício de
verbas em ações "pulverizadas".
A União "gasta quase R$ 7 bilhões
em política de transferência de
renda. Mas é muito pulverizado.
Houve um tempo em que as
transferências de renda eram feitas, me parece, em função da proximidade das eleições. Cada ministro criava sua política social."
O "risco", segundo Lula, é a verba pública não chegar aos que
mais precisam. Em sua fala de 20
minutos -foi interrompido três
vezes por aplausos-, o presidente cobrou dos governantes a definição de prioridades, já que é "impossível fazer tudo". Arrancou risos quando disse que a marca de
um bom governante não é a foto
que ele terá em um salão nobre,
mas as ações sociais que deixar.
Além de Graziano e de Dutra,
estiveram no ato José Dirceu e os
prefeitos Fernando Pimentel
(BH) e Marta Suplicy (SP).
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