São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2005

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FAZENDEIRO DO AR

Supremo julgará eventuais ações; presidente do tribunal diz que audiência tratou de assunto relativo ao INSS

Jucá vai ao STF e conversa com 2 ministros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Alvo de várias acusações, o ministro da Previdência, Romero Jucá, esteve com dois ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) nos últimos dois dias: ontem, com o presidente do tribunal, Nelson Jobim, e, anteontem, com Gilmar Mendes.
Jobim e Mendes disseram não ter conversado com Jucá sobre as investigações contra ele em curso no Ministério Público. Eles teriam tratado exclusivamente de um assunto jurídico de interesse do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social): recursos extraordinários que serão julgados sobre concessão de auxílio-doença.
O encontro com Jobim não constava de sua agenda. As duas audiências não foram divulgadas antecipadamente pela assessoria de imprensa do STF. Segundo o tribunal, elas foram pedidas por Jucá em cima da hora.
Caberá ao STF conduzir eventuais inquéritos e julgar ações penais contra ele, porque esse é o foro de ministros de Estado.
O ministro da Previdência é suspeito de obtenção fraudulenta de empréstimos para uma empresa da qual era sócio, a Frangonorte, de uso ilegal de servidor contratado pela Prefeitura de Boa Vista, de compra de votos na campanha eleitoral de 2002 e de desvio de dinheiro público destinado à Fundação Roraima em 1994, quando disputou o Senado pela primeira vez, entre outras questões.
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, contratado por Jucá, disse que entregará as explicações preliminares ao procurador-geral da República, Claudio Fonteles, na segunda-feira.
Após examiná-la, Fonteles irá decidir se pede ou não ao STF a abertura de inquérito criminal contra Jucá. O ministro da Previdência vem atribuindo as acusações a perseguição política.

Senado
No Senado, houve discursos de ataque a Jucá. "O Brasil está de pernas para o ar. O presidente Lula faz isso [mantém Jucá] em nome da governabilidade, mas isso tem de ter limite. Eles perderam o padrão ético e têm agora um projeto de poder", disse Jefferson Péres (PDT-AM), na tribuna.
Ainda foi defendido no plenário, pela senadora Heloísa Helena (PSOL-AL), que Jucá seja levado para o Conselho de Ética caso retorne à Casa.
(SF e FK)


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