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FAZENDEIRO DO AR
Supremo julgará eventuais ações; presidente do tribunal diz que audiência tratou de assunto relativo ao INSS
Jucá vai ao STF e conversa com 2 ministros
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Alvo de várias acusações, o ministro da Previdência, Romero Jucá, esteve com dois ministros do
STF (Supremo Tribunal Federal)
nos últimos dois dias: ontem, com
o presidente do tribunal, Nelson
Jobim, e, anteontem, com Gilmar
Mendes.
Jobim e Mendes disseram não
ter conversado com Jucá sobre as
investigações contra ele em curso
no Ministério Público. Eles teriam
tratado exclusivamente de um assunto jurídico de interesse do
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social): recursos extraordinários que serão julgados sobre concessão de auxílio-doença.
O encontro com Jobim não
constava de sua agenda. As duas
audiências não foram divulgadas
antecipadamente pela assessoria
de imprensa do STF. Segundo o
tribunal, elas foram pedidas por
Jucá em cima da hora.
Caberá ao STF conduzir eventuais inquéritos e julgar ações penais contra ele, porque esse é o foro de ministros de Estado.
O ministro da Previdência é suspeito de obtenção fraudulenta de
empréstimos para uma empresa
da qual era sócio, a Frangonorte,
de uso ilegal de servidor contratado pela Prefeitura de Boa Vista, de
compra de votos na campanha
eleitoral de 2002 e de desvio de dinheiro público destinado à Fundação Roraima em 1994, quando
disputou o Senado pela primeira
vez, entre outras questões.
O advogado Antônio Carlos de
Almeida Castro, contratado por
Jucá, disse que entregará as explicações preliminares ao procurador-geral da República, Claudio
Fonteles, na segunda-feira.
Após examiná-la, Fonteles irá
decidir se pede ou não ao STF a
abertura de inquérito criminal
contra Jucá. O ministro da Previdência vem atribuindo as acusações a perseguição política.
Senado
No Senado, houve discursos de
ataque a Jucá. "O Brasil está de
pernas para o ar. O presidente Lula faz isso [mantém Jucá] em nome da governabilidade, mas isso
tem de ter limite. Eles perderam o
padrão ético e têm agora um projeto de poder", disse Jefferson Péres (PDT-AM), na tribuna.
Ainda foi defendido no plenário, pela senadora Heloísa Helena
(PSOL-AL), que Jucá seja levado
para o Conselho de Ética caso retorne à Casa.
(SF e FK)
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