São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Onde pega

A oposição espera um sinal do governo para não enterrar de vez a CPI mista dos Cartões hoje. Já conformados de que não será possível convocar a ministra da Dilma Rousseff, PSDB e DEM reivindicam que a base aliada aceite aprovar o requerimento que prevê o compartilhamento com a CPI de dados das auditorias do TCU, inclusive nos gastos secretos da Presidência. O ponto é crucial para os governistas, que não abrem mão de manter sigilo sobre esses papéis.
Se ninguém ceder, crescem as chances de uma pá de cal cair sobre a investigação. Restará à oposição bater o pé pela CPI exclusiva do Senado, mas sem grande esperança de que ali as coisas serão muito diferentes.

Assim mesmo. Técnicos da CPI perguntaram a um funcionário do Executivo por que enviar caixas e caixas de papel ao Congresso, em vez de repassar as informações sobre gastos com suprimento de fundos em meio digital. Ouviram que a ordem havia sido desovar tudo em papel.

Base de dados. Segundo brincadeira ouvida no Planalto, Dilma Rousseff adiou seu depoimento à Comissão de Infra-Estrutura para "atualizar as planilhas do PAC".

Alô, alô! Flopou a inauguração do Centro Integrado de Inteligência Policial e Análises Estratégicas, sob a batuta de Tarso Genro. Na teleconferência entre superintendências da PF e órgãos como a Abin, o sinal caía a toda hora e o áudio não funcionava.

Replicante. A feijoada de aniversário do tucano Floriano Pesaro, sábado, funcionou como prévia do que será a campanha eleitoral com Gilberto Kassab (DEM) e Geraldo Alckmin (PSDB) na mesma cédula. O ex-secretário municipal, agora candidato a vereador, recebeu o prefeito com festa, tirou fotos com ele e tudo o mais. Mais tarde, quando Alckmin chegou, Pesaro repetiu o roteiro completo com o ex-governador.

Inconciliável. De ótimo humor após a vitória do São Paulo sobre o Palmeiras no domingo, Kassab brincava ontem que estava "rompido" com José Serra. Já o governador passou o dia revoltado com o gol de mão de Adriano.

No palanque. Em evento ontem em Brasília, prefeitos do PT cobraram da direção nacional a definição de uma agenda para que Lula e ministros visitem suas cidades durante a campanha deste ano.

Detalhes. Luizianne Lins bancou a tiete na reunião dos prefeitos. Vestindo camiseta com foto de Roberto Carlos e a inscrição "Fortaleza, 282, Como é Grande o Meu Amor por Você", a prefeita comemorava o sucesso de público do show do Rei, na véspera. Disse não temer acusação de uso eleitoral do evento, já que era o aniversário da cidade.

Fera ferida. Em debate numa rádio de Fortaleza, a pré-candidata Patrícia Saboya (PDT) afirmou ter mudado desde sua primeira disputa municipal, em 2000. Elevou o tom de voz com os entrevistadores e avisou que não vai mais ouvir críticas calada.

Virou moda. Como em Porto Alegre, a prévia petista em Niterói (RJ) foi vencida pelo candidato "anti-establishment". O deputado estadual Rodrigo Neves superou por 23 votos o secretário de Cultura, André Diniz, apoiado pelo prefeito Godofredo Pinto e por toda a cúpula do partido.

Entre amigos. Elói Pietá perdeu as prévias do PT em Guarulhos ao tentar emplacar sua vice, Eneide Lima, como candidata, mas não sem antes aparar arestas com o vitorioso Sebastião Almeida. No sábado, véspera da votação, o prefeito já buscava se acertar com o deputado estadual.

Uni-duni-tê. O PT maranhense marcou para o dia 27 o encontro em que decidirá pelo apoio ao PDT ou ao PC do B na eleição de São Luís.

Tiroteio

O governo Lula joga o jogo melhor do que a oposição quando estava no poder: compra o baixo clero com favores e deixa os adversários falando sozinhos.


De CLAUDIO WEBER ABRAMO , diretor da ONG Transparência Brasil, sobre o impasse ao qual chegou a CPI mista dos Cartões: governistas barram requerimentos e opositores ameaçam abandonar a comissão.

Contraponto

Maioria silenciosa

No início deste ano, a bancada do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo decidiu não participar do acordo que elegeu Antonio Carlos Rodrigues (PR) para o comando da Casa. Encerrada a votação, porém, os tucanos engrossaram a fila de cumprimentos ao novo presidente.
-Não votei em você por causa da decisão da bancada, mas fui contra!-, apressou-se em justificar um deles.
Logo em seguida, outro tucano parabenizou Rodrigues e disse exatamente a mesma coisa. Quando o sétimo integrante da bancada de 12 vereadores repetiu a ladainha, o vitorioso não se conteve e pediu uma explicação:
-Mas, se vocês são maioria, por que não me apoiaram?


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