São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2008

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Lula manda Dilma protelar ida ao Senado

KENNEDY ALENCAR
LETÍCIA SANDER

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu ordem ontem para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, protelar ao máximo seu depoimento na Comissão de Infra-Estrutura do Senado. A oposição quer ouvi-la nesta semana, mas ela só deverá depor no final do mês.
Segundo a Folha apurou, houve dois motivos para a determinação: evitar que Dilma se exponha a perguntas sobre o dossiê anti-FHC e aguardar os desdobramentos da investigação da PF sobre o caso. Governo e oposição iniciaram negociações para Dilma depor amanhã no Senado, mas Lula não está seguro. Daí ter freado a articulação ontem, em reunião com ministros.
Lula tem preocupação quanto ao desempenho da ministra numa situação desfavorável no Congresso. O pedido é que ela fale das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), mas a oposição avisou que indagará sobre o dossiê. Ontem, o ministro José Múcio (Relações Institucionais) tentou minimizar o caso. "Ela está absolutamente tranqüila pelo convite que recebeu." Com 30 dias para marcar a data do depoimento, Dilma usará prerrogativas. Alegará agenda cheia.
Casará a filha em Porto Alegre no dia 18. De lá, irá ao Japão, à Coréia do Sul e aos EUA. A volta é prevista para o dia 28. Ela pretende depor depois disso.
Como resposta à convocação de ministros do governo Lula, aliados tentarão convocar ex-ministros de FHC: Paulo Renato (Educação), Raul Jungmann (Desenvolvimento Agrário) e Aloysio Nunes Ferreira (Casa Civil). O contra-ataque deve começar com a convocação de Jungmann. Ele já disse que usou dinheiro do suprimento de fundo com massagem. Alegou problemas na coluna.
A presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), retirou da pauta requerimentos de convocação do governador José Serra (PSDB-SP), do secretário de Fazenda paulista, Mauro Ricardo, e da filha de Lula, Lurian Cordeiro. Marisa ameaçou deixar a CPI se todos os requerimentos forem derrubados: "Ou é para investigar ou não é CPI".


Colaborou ANDREZA MATAIS , da Sucursal de Brasília


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