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Governo prorroga em dois anos fim do Luz Para Todos
Programa seria encerrado em 2008; data foi adiada para ano de sucessão presidencial
Em evento político, ministro Edison Lobão mostra vídeo com propaganda do projeto, numa prévia do que poderá vir a ser seu uso nas eleições
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo decidiu prorrogar,
pelo menos até 2010, o programa Luz Para Todos. A meta inicial era levar energia elétrica a
2 milhões de novas unidades
(como casas, por exemplo) até
o final deste ano. Cumprindo
isso, o governo acreditava estar
universalizando o acesso a
energia no país.
De acordo com o Ministério
de Minas e Energia, essa meta
vai ser cumprida, mas foram
descobertas 1,17 milhão de novas ligações a fazer, que não estavam contabilizadas antes.
O anúncio da prorrogação foi
feito na cerimônia de posse do
novo diretor do programa, Hélio Morito. O ministro Edison
Lobão (Minas e Energia) participou do evento, que teve cunho político: houve discurso do
ministro, com vários elogios ao
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e a apresentação de um vídeo com propaganda do programa, numa prévia do que poderá vir a ser o uso eleitoral do
Luz Para Todos em 2010.
"Fomos fazer uma prestação
de contas ao presidente da República no começo deste ano e
ele próprio, emocionado, disse
que o programa, no governo dele, não se encerraria em 2008.
Não se encerraria porque novas
demandas surgiram e o programa não nasceu para atender a
algumas pessoas e sim a todas",
afirmou Lobão.
O Luz Para Todos é bancado
principalmente por dois encargos embutidos na tarifa do consumidor (CDE e RGR). Até
março, já tinham sido ligadas
1,5 milhão de novas unidades
consumidoras. Para fazer as
obras, já haviam sido fechados
contratos no valor de R$ 10,8
bilhões, sendo R$ 5,15 bilhões
vindos dos encargos pagos pelos consumidores e administrados pela Eletrobrás.
Desses, R$ 3,86 bilhões são
repassados às distribuidoras de
energia a fundo perdido. Há
participação dos governos estaduais e das distribuidoras.
De acordo com estudos feitos
pela área técnica do Ministério
de Minas e Energia, neste ano
será possível levar energia elétrica a localidades de nove Estados (RS, SC, SP, RJ, MS, ES,
RN, PE e SE). Nos demais, a
energia chegará até 2010. Os últimos Estados atendidos serão
os da região Norte, onde é mais
difícil e mais caro executar o
programa do governo.
Antes de o ministro discursar, o cerimonial do ministério
chamou ao palco do auditório
uma pessoa para dar um testemunho dos resultados do programa. Cirilo dos Santos Rosa,
representante da comunidade
quilombola Kalunga (GO), deveria falar à platéia (formada
por dirigentes do setor elétrico
e funcionários do ministério)
dos benefícios que o Luz Para
Todos gerou para sua comunidade. Ele até elogiou o programa, mas se alongou em seu discurso, fazendo críticas ao governo -reclamou da falta de
estradas, da política de regularização de terras e das tarifas de
energia. A fala dele foi interrompida pelo cerimonial.
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