São Paulo, terça-feira, 15 de abril de 2008

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PT orienta prefeitos a "colarem" no PAC

Encontro com direção do partido vira ato de desagravo a Dilma, que deverá entregar a eles hoje cartilha com obras do programa

Em evento com cerca de 150 prefeitos, a ministra ouve apelos para que concorra em 2010; petistas discutem terceiro mandato para Lula

SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O encontro da Direção Nacional do PT com prefeitos, ontem em Brasília, se transformou em ato de desagravo à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que municiou os petistas às eleições municipais deste ano com informações sobre andamento e prazos das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
No encontro, a direção da sigla orientou os prefeitos a "colarem" na imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a "nacionalizarem" a campanha.
Os cerca de 150 prefeitos que estavam na reunião aprovaram moção simbólica apresentada pela prefeita de Santarém (PA), Maria do Carmo, em solidariedade a Dilma, envolvida no caso do dossiê. "Há questões que têm de ser apuradas. Mas sempre se percebe que por ser mulher ela se torna um alvo fácil."
Dilma ouviu também apelos para que concorra à sucessão de Lula. Segundo apurou a Folha, ela não fez nenhum comentário, apenas sorriu. Após o término da reunião, ficou por cerca de 30 minutos tirando fotos ao lado dos prefeitos.
A ministra apresentou o PAC como programa que tem compromisso com o interesse público e como modelo que possibilitará distribuição de renda com igualdade de oportunidades. Ela disse ainda que a ampliação do crédito para consumo demonstra que o crescimento no país é sustentado, e não é "o vôo da galinha". Dilma afirmou aos prefeitos que entregará a eles hoje cartilha com as principais obras do PAC.
No encontro, o primeiro para discutir as eleições com os prefeitos, a direção do PT orientou os prefeitos para que falem do PAC, porque representa "programa de governo" com reflexos diretos nas cidades.
A direção pediu que, nos municípios em que haverá disputa com partidos governistas, não ocorra enfrentamento a ponto de comprometer as relações nacionais. Também disse aos prefeitos que pediu a Lula que reserve parte de sua agenda para participar das campanhas.
À tarde, os participantes receberam uma pasta com resultados positivos de programas do governo federal nas cidades.
Os prefeitos também discutiram um terceiro mandato para Lula. A proposta foi sugerida pelo prefeito de Recife, João Paulo, que voltou a defender uma gestão de cinco anos com possibilidade de nova reeleição.
Na reunião fechada, ele disse, segundo a Folha apurou, que o presidente "fez a maior revolução social do país" e que deveria concorrer novamente.
A manifestação recebeu aplausos, mas não avançou a ponto de garantir um movimento pró-terceiro mandato. Depois de João Paulo, João Coser, de Vitória, criticou a proposta dizendo que "não é momento de discutir o assunto".
O único prefeito que disse apoiar o terceiro mandato foi Sérgio Stasinski, de Gravataí (RS). "Deveríamos ao menos deixar a população se manifestar por meio de um plebiscito."
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, disse respeitar a posição de João Paulo, mas afirmou que não concorda com a idéia.


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