|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PT orienta prefeitos a "colarem" no PAC
Encontro com direção do partido vira ato de desagravo a Dilma, que deverá entregar a eles hoje cartilha com obras do programa
Em evento com cerca de 150 prefeitos, a ministra ouve apelos para que concorra em 2010; petistas discutem terceiro mandato para Lula
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O encontro da Direção Nacional do PT com prefeitos, ontem em Brasília, se transformou em ato de desagravo à ministra da Casa Civil, Dilma
Rousseff, que municiou os petistas às eleições municipais
deste ano com informações sobre andamento e prazos das
obras do PAC (Programa de
Aceleração do Crescimento).
No encontro, a direção da sigla orientou os prefeitos a "colarem" na imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a
"nacionalizarem" a campanha.
Os cerca de 150 prefeitos que
estavam na reunião aprovaram
moção simbólica apresentada
pela prefeita de Santarém (PA),
Maria do Carmo, em solidariedade a Dilma, envolvida no caso
do dossiê. "Há questões que
têm de ser apuradas. Mas sempre se percebe que por ser mulher ela se torna um alvo fácil."
Dilma ouviu também apelos
para que concorra à sucessão
de Lula. Segundo apurou a Folha, ela não fez nenhum comentário, apenas sorriu. Após
o término da reunião, ficou por
cerca de 30 minutos tirando fotos ao lado dos prefeitos.
A ministra apresentou o PAC
como programa que tem compromisso com o interesse público e como modelo que possibilitará distribuição de renda
com igualdade de oportunidades. Ela disse ainda que a ampliação do crédito para consumo demonstra que o crescimento no país é sustentado, e
não é "o vôo da galinha". Dilma
afirmou aos prefeitos que entregará a eles hoje cartilha com
as principais obras do PAC.
No encontro, o primeiro para
discutir as eleições com os prefeitos, a direção do PT orientou
os prefeitos para que falem do
PAC, porque representa "programa de governo" com reflexos diretos nas cidades.
A direção pediu que, nos municípios em que haverá disputa
com partidos governistas, não
ocorra enfrentamento a ponto
de comprometer as relações
nacionais. Também disse aos
prefeitos que pediu a Lula que
reserve parte de sua agenda para participar das campanhas.
À tarde, os participantes receberam uma pasta com resultados positivos de programas
do governo federal nas cidades.
Os prefeitos também discutiram um terceiro mandato para
Lula. A proposta foi sugerida
pelo prefeito de Recife, João
Paulo, que voltou a defender
uma gestão de cinco anos com
possibilidade de nova reeleição.
Na reunião fechada, ele disse,
segundo a Folha apurou, que o
presidente "fez a maior revolução social do país" e que deveria concorrer novamente.
A manifestação recebeu
aplausos, mas não avançou a
ponto de garantir um movimento pró-terceiro mandato.
Depois de João Paulo, João Coser, de Vitória, criticou a proposta dizendo que "não é momento de discutir o assunto".
O único prefeito que disse
apoiar o terceiro mandato foi
Sérgio Stasinski, de Gravataí
(RS). "Deveríamos ao menos
deixar a população se manifestar por meio de um plebiscito."
O presidente do PT, Ricardo
Berzoini, disse respeitar a posição de João Paulo, mas afirmou
que não concorda com a idéia.
Texto Anterior: Oposição faz pacto contra 3º mandato e fim da reeleição Próximo Texto: Prefeitos iniciam "marcha" com o apoio de 4 estatais Índice
|