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PF afasta Protógenes até fim de processo
Investigação disciplinar interna apura se delegado usou do cargo para tirar proveito político ao participar de comício em Minas
Se infração a regulamento da PF for comprovada, ele pode ser demitido; delegado diz que vai tentar reverter "judicialmente" a decisão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE, EM BRASÍLIA
O comando da Polícia Federal afastou de seus quadros o
delegado Protógenes Queiroz
até o fim do processo disciplinar interno que investiga se ele
usou o cargo para tirar proveito
político ao participar de um comício em Minas Gerais.
A investigação pode resultar
na demissão do delegado se ficar comprovado que ele infringiu o regulamento da PF. A decisão de afastá-lo foi tomada na
última quinta-feira. Ele continuará recebendo salário.
O processo disciplinar é conduzido por uma comissão da
corregedoria da PF em Minas e
tem prazo de 30 dias, mas pode
ser prorrogado quantas vezes o
grupo achar necessário.
Em setembro, Protógenes
apoiou em palanque o petista
Paulo Tadeu Silva D'Arcádia,
candidato a prefeito de Poços
de Caldas (MG).
O delegado responde a um
segundo processo disciplinar
na corregedoria da PF em São
Paulo por suspeitas de irregularidades à frente da Operação
Satiagraha. Neste caso, ele foi
indiciado por quebra de sigilo
funcional e por ferir a Lei de Interceptações ao permitir que
agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) tivessem acesso a grampos e outros
dados sigilosos da investigação.
Protógenes disse que recebeu a decisão de ser afastado
com "tranquilidade e indignação" e que vai tentar reverter
"judicialmente" a decisão. Sua
defesa pediu ontem à corregedoria acesso à integra do processo disciplinar de Minas.
CPI dos Grampos
O ex-diretor-geral da Abin
Paulo Lacerda e o banqueiro
Daniel Dantas, do grupo Opportunity, pediram ontem ao
STF (Supremo Tribunal Federal) habeas corpus preventivos
para não irem depor na CPI dos
Grampos. Os depoimentos estão marcados para hoje e amanhã, respectivamente.
O ministro do STF Marco
Aurélio Mello concedeu ontem
à noite o habeas corpus a Lacerda e, até o fechamento desta
edição, ainda não havia decidido sobre o pedido de Dantas.
Por telefone, Lacerda comunicou à secretaria da CPI que
não vai comparecer, segundo o
presidente da comissão, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). Lacerda, que agora é adido policial
na Embaixada do Brasil em Lisboa, disse que, por convenções
internacionais, tem imunidade
diplomática, e por isso poderia
ser ouvido por carta rogatória.
Itagiba e demais integrantes
de oposição da CPI defenderam que o relatório final da comissão peça o indiciamento de
Lacerda por crime de desobediência, caso ele não compareça. Já Dantas pede para não
prestar depoimento até ter
acesso às provas produzidas
pela CPI, inclusive as sigilosas.
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