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Lula quer remanejar recursos do PAC a 6 meses das eleições
Presidente envia ao Congresso projeto que dá ao governo o direito de mexer em 30% do valor das obras do programa
Líder do PSDB afirma que não vai dar ao Planalto "um cheque de R$ 9 bilhões em branco'; PT diz que medida melhora o fluxo de recursos
DANIELA LIMA
DA REPORTAGEM LOCAL
A seis meses das eleições, o
presidente Lula tenta ampliar a
capacidade do governo de remanejar recursos, por decreto,
para obras do PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento), plataforma eleitoral da ex-ministra da Casa Civil Dilma
Rousseff, pré-candidata do PT
ao Palácio do Planalto.
A oposição acusa o governo
de tentar direcionar os investimentos em favor da pré-candidata do PT. O governo nega
-diz que o objetivo é melhorar
a execução dos projetos.
Lula enviou no fim de março
ao Congresso um projeto de lei
que prevê a mudança de um
trecho da Lei Orçamentária
deste ano. A proposta dá ao governo o direito de mexer em
30% do valor total do PAC (cerca de R$ 9 bilhões), margem
muito acima da prevista hoje.
Pela regra em vigor, o Executivo federal só pode alterar sem
o aval dos parlamentares 25%
do valor de cada empreendimento do PAC.
Uma obra com orçamento de
R$ 1 milhão, por exemplo, pode
receber um aditivo de, no máximo, R$ 250 mil. Se o projeto for
aprovado, o governo poderá
calcular livremente a necessidade de suplementações, sem
limite de valor por obra, cuidando apenas para não ultrapassar o teto de R$ 9 bilhões.
O projeto enviado por Lula
tenta reverter derrota sofrida
pelo governo durante a votação
do Orçamento deste ano.
Nos Orçamentos dos últimos
três anos o governo conseguiu
aprovar o limite de 30%. Mas
em dezembro passado, quando
foi votado o de 2010, a oposição
barrou o mecanismo.
"Não permitimos em dezembro, e não permitiremos agora.
Não vamos dar um cheque de
R$ 9 bilhões em branco para o
presidente Lula", afirmou o deputado federal Rogério Marinho (PSDB-RN), líder dos tucanos na Comissão Mista de Orçamento.
A assessoria do Ministério do
Planejamento afirmou que o
projeto apenas garante um melhor "fluxo" dos recursos, mesmo discurso da bancada governista. "Se eu tenho uma obra
em estágio avançado e outra
que ainda depende de licenças
para começar, por que não remanejar?", disse o deputado
Gilmar Machado (PT-MG), vice-líder do governo no Congresso. Ele espera que a mudança seja aprovada até junho,
a quatro meses das eleições.
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