São Paulo, terça-feira, 15 de maio de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Datashow

A visita de 15 integrantes da CPI do Apagão Aéreo às instalações do Cindacta em Brasília foi concebida pelos militares com três objetivos: pregar contra a desmilitarização do controle aéreo, reclamar da falta de recursos e reverter o que foi chamado de "demonização" da Força por participantes da excursão.
Foram mostrados exemplos de falhas de comunicação entre civis e militares em países onde as funções de controle de tráfego são divididas. Já o sistema brasileiro foi apresentado como "referência". Pela bem preparada visita, cheia de animações, filmes e números, e a falta de acesso aos controladores, os deputados entenderam que a Aeronáutica não quer problemas com os depoimentos de seus subordinados.

Satisfeitos? A participação ativa do brigadeiro Juniti Saito na visita ao Cindacta, agindo como cicerone dos deputados, foi vista por integrantes da CPI como uma tentativa diplomática do comandante da Aeronáutica de evitar ser convocado para depor.

Lá e cá. A base do governo vai se antecipar à oposição e convocar o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, e seu antecessor, Carlos Wilson. Junto, apresentará pedido para que sejam ouvidos dois responsáveis pela estatal no governo FHC.

Sem claque. Diferentemente da primeira entrevista coletiva geral de Lula há dois anos, quando vários ministros mostraram a cara, a previsão agora é que só Franklin Martins (Comunicação Social) assista in loco à conversa do presidente com os jornalistas.

Listinha 1. O PP finalmente se entendeu sobre seus indicados ao segundo escalão do Ministério das Cidades. O Planalto recebeu os nomes do ex-deputado Leodegar Tiscoski (SC) para a Secretaria de Habitação e de Márcio Galvão para permanecer na Secretaria de Saneamento.

Listinha 2. O partido também fez pedidos além dos domínios das Cidades. O ex-oposicionista Francisco Turra, aliado de primeira hora de Geraldo Alckmin em 2006, foi oferecido para a diretoria de Agronegócio do BNDES.

Inventário. O PSB passou pente fino nos cargos da nova Secretaria dos Portos, sob controle político do partido. Dirigentes constataram que, dos 111 postos, 30 poderão entrar na partilha entre os correligionários. As outras vagas servirão para dar estrutura mínima à pasta (escriturários, secretários e motoristas).

Pepino. As obras da Transnordestina, centrais no PAC, esbarraram nas desapropriações ao longo do traçado da ferrovia. Há 180 ações ajuizadas. O governo deve criar uma força-tarefa entre os Transportes, a AGU e a Casa Civil a fim de acelerar o processo.

Tiro no pé. Na avaliação do Palácio dos Bandeirantes, o secretário de Ensino Superior, José Aristodemo Pinotti, só complicou o entendimento do governo paulista com as universidades ao afirmar em entrevista à Folha que José Serra "é responsável pelo uso do dinheiro" nas instituições.

Orquestra. O PT paulista reunirá no dia 25 deputados estaduais, federais, seus dois senadores e prefeitos para debater os rumos da oposição no Estado. Depois, terá encontro com movimentos sociais a fim de programar protestos contra José Serra, um dos presidenciáveis tucanos para 2010.

Está escrito. Em carta ao ministro da Saúde, José Temporão, o Idec apóia a regulamentação da publicidade de bebidas. De acordo com o instituto, a resolução da Anvisa apenas explicitou "o que já está proibido pelo Código de Defesa do Consumidor".

Visita à Folha. Franklin Martins, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço.

Tiroteio

"Colocar as contas no Siafem em nada diminui a autonomia das universidades. O Tribunal de Justiça e a Assembléia Legislativa fazem isso e nunca houve problema nenhum".
De FRANCISCO LUNA, secretário do Planejamento de São Paulo, sobre o fato de que USP, Unicamp e Unesp passarão a ter de divulgar suas contas no sistema eletrônico de execução orçamentária do Estado, um dos pontos de atrito entre essas instituições e o governo Serra.

Contraponto

Ponto de vista

Durante show domingo em SP, Caetano Veloso aproveitou intervalo entre uma canção e outra para comentar seu posicionamento político. Lembrou dos ataques recebidos de lulistas por não ter votado no presidente no primeiro turno de 2006. E também das críticas da oposição, pois no final admitiu a possibilidade de apoiar a reeleição.
-Mas acabei nem votando em Lula no segundo turno-, disse o cantor e compositor, aplaudido efusivamente.
Caetano deu risada e acrescentou:
-Engraçado... Lá em Salvador, quando eu contei isso, tomei uma tremenda vaia!
Na Bahia, como se sabe, o PT teve sua maior vitória.


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