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Chefe da AGU ajudou vazador a encontrar advogado
O advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, nega que tenha intermediado contatos para defenderem José Aparecido Pires
LEONARDO SOUZA
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O advogado-geral da União,
José Antonio Toffoli, ajudou a
providenciar assessoria jurídica para José Aparecido Pires,
responsável por ter vazado o
dossiê com gastos do governo
Fernando Henrique Cardoso.
Segundo a Folha apurou, a
ação de Toffoli faz parte da
operação-abafa montada pelo
governo para conter Aparecido, secretário de Controle Interno da Casa Civil.
Após ter sido apontada sua
responsabilidade no escândalo
do dossiê, Aparecido avisou a
amigos petistas que não aceitaria o papel de bode expiatório.
Passou a ameaçar que confirmaria a informação, publicada
pela Folha no mês passado, de
que a ordem para a elaboração
do dossiê partiu da número
dois da Casa Civil, a secretária-executiva Erenice Guerra.
O advogado escolhido para
defender Aparecido é o ex-sócio de Toffoli Luís Maximiliano
Telesca. Em agosto de 2000,
eles fundaram o escritório Toffoli & Telesca.
Toffoli e Telesca negam que
tenha havido intermediação
para a contratação da defesa de
Aparecido. Ambos deram a
mesma versão à Folha, de que
Aparecido e Telesca se conhecem há muitos anos e que foi o
secretário de Controle Interno
quem procurou diretamente o
advogado. "Toffoli foi meu sócio, mas não fui contatado por
ele", afirmou Telesca, que assumiu o caso na tarde de ontem e
antecipou que "não vê crime na
conduta de Aparecido".
Antes de escolher Telesca,
Aparecido recorreu ao escritório do ex-ministro do Tribunal
Superior Eleitoral Carlos
Eduardo Caputo Bastos, amigo
de Toffoli. Os advogados não
pegaram o caso alegando que
não atuavam na área criminal.
Encaminharam-no para
Eduardo Toledo. Ontem, Toledo disse que deixou o caso por
"questões de foro íntimo".
Como advogado-geral da
União, Toffoli não pode assessorar oficialmente Aparecido
nessas circunstâncias. Apesar
de Aparecido ocupar função
pública, vazar informações
consideradas sigilosas é caracterizado como ato contra a
União, o que coloca a AGU em
lado oposto ao do secretário.
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