São Paulo, quinta-feira, 15 de maio de 2008

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Chefe da AGU ajudou vazador a encontrar advogado

O advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, nega que tenha intermediado contatos para defenderem José Aparecido Pires

LEONARDO SOUZA
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, ajudou a providenciar assessoria jurídica para José Aparecido Pires, responsável por ter vazado o dossiê com gastos do governo Fernando Henrique Cardoso.
Segundo a Folha apurou, a ação de Toffoli faz parte da operação-abafa montada pelo governo para conter Aparecido, secretário de Controle Interno da Casa Civil.
Após ter sido apontada sua responsabilidade no escândalo do dossiê, Aparecido avisou a amigos petistas que não aceitaria o papel de bode expiatório. Passou a ameaçar que confirmaria a informação, publicada pela Folha no mês passado, de que a ordem para a elaboração do dossiê partiu da número dois da Casa Civil, a secretária-executiva Erenice Guerra.
O advogado escolhido para defender Aparecido é o ex-sócio de Toffoli Luís Maximiliano Telesca. Em agosto de 2000, eles fundaram o escritório Toffoli & Telesca.
Toffoli e Telesca negam que tenha havido intermediação para a contratação da defesa de Aparecido. Ambos deram a mesma versão à Folha, de que Aparecido e Telesca se conhecem há muitos anos e que foi o secretário de Controle Interno quem procurou diretamente o advogado. "Toffoli foi meu sócio, mas não fui contatado por ele", afirmou Telesca, que assumiu o caso na tarde de ontem e antecipou que "não vê crime na conduta de Aparecido".
Antes de escolher Telesca, Aparecido recorreu ao escritório do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Carlos Eduardo Caputo Bastos, amigo de Toffoli. Os advogados não pegaram o caso alegando que não atuavam na área criminal. Encaminharam-no para Eduardo Toledo. Ontem, Toledo disse que deixou o caso por "questões de foro íntimo".
Como advogado-geral da União, Toffoli não pode assessorar oficialmente Aparecido nessas circunstâncias. Apesar de Aparecido ocupar função pública, vazar informações consideradas sigilosas é caracterizado como ato contra a União, o que coloca a AGU em lado oposto ao do secretário.


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