São Paulo, sábado, 15 de maio de 2010

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PRESIDENTE 40/ELEIÇÕES 2010

Ex-dirigente do Itaú vai recolher doações eleitorais para Serra

Sérgio Freitas, que foi secretário da Fazenda na gestão de Olavo Setubal, já participa de reuniões com equipe do PSDB

Amizade entre os dois surgiu durante a elaboração do programa de governo de Tancredo Neves, em 1984


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, escalou um homem do sistema financeiro para atuar como arrecadador de recursos para a campanha presidencial.
Amigo de Serra desde 1984, o engenheiro e economista Sérgio Silva de Freitas, de 67 anos, foi vice-presidente do Banco Itaú. Freitas foi secretário de Fazenda da Prefeitura de São Paulo na gestão do banqueiro Olavo Setubal.
Freitas já participa de reuniões com tesoureiros do PSDB e tem sido apresentado a empresários como responsável pela arrecadação da campanha.
O comando da campanha ainda não decidiu se ele ocupará um cargo formal no comitê financeiro, a ser presidido pelo ex-ministro José Gregori.
Até a instalação formal do comitê, deverá ocupar uma sala alugada pelo PSDB estadual na avenida Brigadeiro Faria Lima.
Apontado como objetivo, rígido e obcecado, Freitas foi -a pedido de Serra- o responsável pela fundação do Museu do Catavento, em São Paulo.
Os dois chegaram a viajar, juntos, ao México para uma visita ao Museu Papalote. Obstinado, Freitas viajou, por conta própria, para conhecer museus de ciências em todo o mundo.
A amizade com Serra nasceu durante a elaboração do programa de governo de Tancredo Neves, em 1984.
"Eu me tornei amigo do Sérgio há aproximadamente 24 anos, quando fui convidado pelo Tancredo Neves para coordenar o plano de governo dele [...]. Naquela oportunidade, houve uma comissão que presidi e o Sérgio fazia parte -ficamos amigos desde então. Sempre fiquei na marcação dele, para trazê-lo para a vida pública", discursou Serra, durante a inauguração do museu, no ano passado.
Segundo integrantes do governo, Freitas brigava, com a área econômica, pela liberação de recursos para o museu.
"Ele é um realizador, intolerante com a mediocridade, dele ou dos interlocutores", elogia o secretário-adjunto da Cultura, Ronaldo Bianchi.
Freitas traz no currículo uma desavença com o senador, Francisco Dornelles (PP-RJ), cobiçado para a vice de Serra.
Braço direito de Setubal, Freitas foi diretor de área externa do Banco Central no governo Sarney. Mas foi exonerado, em abril de 1985, por exigência de Dornelles, então ministro da Fazenda.
Em janeiro de 1985, antes da morte de Tancredo, foi escalado para tranquilizar o empresariado quanto ao risco de guinadas na economia.

Xadrez
Seu currículo inclui uma passagem pela presidência da Confederação Brasileira de Xadrez, de 2005 a 2008. "Todos nós temos um amor profundo por esse jogo", escreveu em sua carta de despedida.


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