São Paulo, terça-feira, 15 de junho de 2004

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PAINEL

Placar anêmico
O Planalto pretende votar o salário mínimo de R$ 260 apenas quando tiver reunido maioria absoluta no Senado, 42 votos. Por enquanto, conta com uns 40. Com sorte, passa, mas seria insuficiente para dar demonstração de força aos mercados.

Estimulante
Na reta final dos trabalhos do semestre no Congresso, o governo deverá liberar pelo menos R$ 200 mi em emendas parlamentares até 3 de julho. Alega ser pouco mais do que a média de R$ 100 mi mensais deste ano. Já saíram cerca de R$ 600 mi.

Terreno na Lua
A promessa de atrelar os R$ 260 a investimento na área social, feita para amolecer senadores hesitantes, ganhou o apelido de "mínimo paralelo". A última "paralela", a da Previdência, está enroscada na Câmara até hoje.

Se fosse fácil
Na divisão de tarefas para votar o mínimo, coube a José Dirceu retomar o apoio dos tucanos do Tocantins. Ontem, voltou a procurar Siqueira Campos. Teve de ouvir que o governo não precisa da oposição. Basta contar com os 47 votos dos aliados.

Voto de filha
Roseana Sarney defende um mínimo de R$ 300, mas gostaria de se abster, se isso ajudar Lula. O problema é que o PFL fechou questão contra os R$ 260.

Sem sobremesa
Para impressionar o Planalto, Renan Calheiros e Eunício Oliveira deverão cobrar "fidelidade" de Anthony Garotinho. Afinal, ambos chancelaram a entrada no PMDB do ex-governador, que operou abertamente contra o mínimo de R$ 260 na Câmara.

Truque de mágico
Do governador Ronaldo Lessa (PSB), sobre a queda nos repasses federais para Alagoas: "Está na hora de o ministro Palocci abrir a caixa-preta do Fundo de Participação dos Estados".

Espólio cobiçado
O PFL está de olho no namoro do PTB com Marta Suplicy. Prestes a indicar o vice do tucano José Serra, o partido sonha incluir a secretaria do Trabalho do governo Alckmin, hoje ocupada por um petebista, entre seus presentes de casamento.

Toalha no chão
Principal líder do PTB no Estado e antigo aliado de Alckmin, o deputado Campos Machado atacou ontem Roberto Jefferson, presidente nacional da sigla: "Ele está fazendo ingerência violenta no partido em São Paulo". Para os tucanos, foi a senha: a aliança com o PT estaria selada.

Oferta recusada
O PSB fechou as portas para o PT em Santos. Embora um acordo garantisse ao partido a vaga de vice na chapa da petista Telma de Souza, os filiados decidiram lançar pela primeira vez um candidato próprio na cidade, o médico José Carlos Clemente.

Reincidente
Logo depois da passagem de Lula por Salvador, o pré-candidato a prefeito Nelson Pellegrino (PT) espalhou outdoors agradecendo a visita do presidente. O TRE da Bahia mandou retirá-los ontem por considerar propaganda ilegal. Foi a segunda vez que isso aconteceu.

Visitas à Folha
Jaques Wagner, ministro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Sonia Carneiro, assessora de comunicação social.
 
Antonio Gabriel Ésper, general de divisão e chefe do Centro de Comunicação Social do Exército, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Jorge Antônio Smicelato, tenente-coronel e assistente do general de divisão, e de Roberto Peres Martins, capitão e adjunto da 5º Seção de Comunicação Social do Comando Militar do Sudeste.

TIROTEIO

Do deputado pefelista Rodrigo Maia (RJ), sobre o salmo recitado por Frei Betto, na festa junina do presidente Lula, pregando a união do governo:
-Sem capacidade de gerenciamento e sem conseguir unir seus próprios comandados, Lula fez o que podia: entregou para Deus o restante de seu mandato.

CONTRAPONTO

Qual é a música?

Durante caminhada na estância climática de Campos do Jordão, o secretário de Educação do Estado de São Paulo, Gabriel Chalita, e o ex-secretário de Esporte Lars Grael conversavam a respeito da quantidade de informação que os políticos seriam obrigados a armazenar.
Eles participavam de evento sobre suas respectivas pastas.
-Procuro treinar minha memória para guardar o que realmente importa-, disse Grael.
O secretário da Educação, autor de 34 livros, concordou com o colega. Logo em seguida, começou a cantarolar uma música estranha aos ouvidos de Grael.
-É o hino de Taubaté. Conheço de cor a letra dos hinos de todas as cidades do Vale do Paraíba-, gabou-se Chalita.
-Isso é que é informação relevante! Se você decorar o hino dos 645 municípios do Estado, com certeza um dia será governador-, disse o ex-secretário.


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