|
Próximo Texto | Índice
Painel
Renata Lo Prete
painel@uol.com.br
Na testa
O programa do PFL que vai ao ar hoje em rede nacional é um petardo com um único alvo: Lula. Toda a
peça foi costurada para mostrar as relações, descritas
como íntimas e pessoais, entre o presidente, os denunciados no escândalo do mensalão e um novo personagem: o petista Bruno Maranhão, incluído na última hora depois da invasão do MLST à Câmara.
Estão lá imagens de Lula chamando o ex-tesoureiro
petista de "nosso Delúbio", Palocci de "mais que irmão" e fotos do presidente ao lado de outros da "quadrilha dos 40", denunciada pelo procurador-geral da
República, Antonio Fernando. O PFL aponta, ainda,
uma antiga sociedade entre Lula e Paulo Okamotto,
que diz ter pago dívida do presidente com o PT.
Compacto. O programa pefelista terá 11 minutos, e não
os 20 habituais. O partido perdeu o restante por decisão da
Justiça Eleitoral. No final, os
produtores gostaram do formato mais curto: acham que,
em tempos de Copa, pode
agradar ao telespectador.
Platéia. A pesada propaganda do PFL foi exibida ontem
na reunião do conselho político de Geraldo Alckmin. O
coordenador da campanha,
Sérgio Guerra, vibrou. O presidenciável não comentou.
Com recibo. A direção do
PT promete barrar na convenção que confirmará a candidatura Lula, no dia 24, parlamentares, assessores e integrantes do partido com cargos
de confiança no governo que
não estiverem em dia com a
contribuição à legenda.
Conta paralela. Um dirigente do PMDB oposicionista
questiona a promessa governista de levar 80% do partido
a Lula. Nas contas desse grupo, em 13 Estados não há jogo
para apoiar o presidente.
Gato por lebre. Os Estados onde o PMDB não fecha
com o presidente, afirma o
oposicionista, têm 70% do
eleitorado do país. "Mais uma
vez governistas vendem mercadoria que não conseguirão
entregar", diz o cacique.
Nem aí. No dia da instalação da CPI dos Sanguessugas,
duas deputadas investigadas
aproveitavam "agenda positiva". Elaine Costa participava
da visita de Lula ao Rio, e Edna Macedo era condecorada
pela Câmara de Piquete (SP).
De mentirinha. Um dos
pontas-de-lança da CPI dos
Correios afirma que 60 dias
não são suficientes para ouvir
depoimentos e quebrar sigilos. "Essa CPI dos Sanguessugas é de faz-de-conta."
Fila do SUS. A hipótese de
José Serra disputar o governo
paulista com chapa pura, caso
fracasse a tentativa de entendimento com o PMDB, causa
rebuliço no PSDB. A toda hora
surge um novo tucano se oferecendo para ser vice.
Semifinal. Apesar do assanhamento no ninho, os tucanos cotados, por ora, são apenas quatro: o ex-ministro
Paulo Renato e os deputados
Alberto Goldman, Mendes
Thame e Arnaldo Madeira.
Chapa verde. E já que todo mundo quer emplacar o vice de Serra, o aliado PPS também colocou um nome na mesa: Luiz Gonzaga Belluzzo,
que partilha com o candidato
a crítica à política econômica
e o amor pelo Palmeiras.
No mercado. Orestes
Quércia procurou Campos
Machado para oferecer ao
PTB, quase fechado com Serra, o posto de vice, se o PMDB
lançar mesmo candidato.
Peixe. Vanderlei Luxemburgo convidou Aloizio Mercadante para uma visita à Vila
Belmiro na campanha. Torcedor do time do litoral, o candidato do PT costuma dizer que,
"para ser governador de São
Paulo, tem de ser santista",
assim como Covas e Alckmin.
Carreira solo. Carlos Apolinário (PDT) nega que vá bater preferencialmente nos tucanos ou poupar Aloizio Mercadante (PT) em sua campanha ao governo de São Paulo.
Tiroteio
"O problema do Geraldo Alckmin não está no
fato de ele ser pouco conhecido, e sim no seu
dom de passar despercebido."
Do deputado DEVANIR RIBEIRO (PT-SP), ironizando a justificativa recorrente de tucanos e pefelistas para o fraco desempenho de seu presidenciável nas pesquisas de opinião.
Contraponto
Público errado
Sub-relator da CPI das Armas, Raul Jungmann (PPS-PE) concedia entrevista do lado de fora da sala durante
acareação dos advogados ligados ao PPC, semanas atrás,
quando foi interrompido por uma servidora:
-O senhor vale o seu salário em ouro!
O deputado agradeceu o elogio e continuou conversando. Outro funcionário da Câmara passou e disparou:
-Queria poder votar no senhor!
Surpreso com a repentina popularidade, Jungmann,
que enfrentará dificuldades na tentativa de se reeleger este ano por Pernambuco, brincou com os jornalistas:
-O jeito é mudar meu domicílio eleitoral para Brasília.
Próximo Texto: Exonerado, ex-secretário de Dirceu vira assessor de Lula Índice
|