São Paulo, quinta-feira, 15 de junho de 2006

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Painel

Renata Lo Prete
painel@uol.com.br


Na testa

O programa do PFL que vai ao ar hoje em rede nacional é um petardo com um único alvo: Lula. Toda a peça foi costurada para mostrar as relações, descritas como íntimas e pessoais, entre o presidente, os denunciados no escândalo do mensalão e um novo personagem: o petista Bruno Maranhão, incluído na última hora depois da invasão do MLST à Câmara.
Estão lá imagens de Lula chamando o ex-tesoureiro petista de "nosso Delúbio", Palocci de "mais que irmão" e fotos do presidente ao lado de outros da "quadrilha dos 40", denunciada pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando. O PFL aponta, ainda, uma antiga sociedade entre Lula e Paulo Okamotto, que diz ter pago dívida do presidente com o PT.

Compacto. O programa pefelista terá 11 minutos, e não os 20 habituais. O partido perdeu o restante por decisão da Justiça Eleitoral. No final, os produtores gostaram do formato mais curto: acham que, em tempos de Copa, pode agradar ao telespectador.

Platéia. A pesada propaganda do PFL foi exibida ontem na reunião do conselho político de Geraldo Alckmin. O coordenador da campanha, Sérgio Guerra, vibrou. O presidenciável não comentou.

Com recibo. A direção do PT promete barrar na convenção que confirmará a candidatura Lula, no dia 24, parlamentares, assessores e integrantes do partido com cargos de confiança no governo que não estiverem em dia com a contribuição à legenda.

Conta paralela. Um dirigente do PMDB oposicionista questiona a promessa governista de levar 80% do partido a Lula. Nas contas desse grupo, em 13 Estados não há jogo para apoiar o presidente.

Gato por lebre. Os Estados onde o PMDB não fecha com o presidente, afirma o oposicionista, têm 70% do eleitorado do país. "Mais uma vez governistas vendem mercadoria que não conseguirão entregar", diz o cacique.

Nem aí. No dia da instalação da CPI dos Sanguessugas, duas deputadas investigadas aproveitavam "agenda positiva". Elaine Costa participava da visita de Lula ao Rio, e Edna Macedo era condecorada pela Câmara de Piquete (SP).

De mentirinha. Um dos pontas-de-lança da CPI dos Correios afirma que 60 dias não são suficientes para ouvir depoimentos e quebrar sigilos. "Essa CPI dos Sanguessugas é de faz-de-conta."

Fila do SUS. A hipótese de José Serra disputar o governo paulista com chapa pura, caso fracasse a tentativa de entendimento com o PMDB, causa rebuliço no PSDB. A toda hora surge um novo tucano se oferecendo para ser vice.

Semifinal. Apesar do assanhamento no ninho, os tucanos cotados, por ora, são apenas quatro: o ex-ministro Paulo Renato e os deputados Alberto Goldman, Mendes Thame e Arnaldo Madeira.

Chapa verde. E já que todo mundo quer emplacar o vice de Serra, o aliado PPS também colocou um nome na mesa: Luiz Gonzaga Belluzzo, que partilha com o candidato a crítica à política econômica e o amor pelo Palmeiras.

No mercado. Orestes Quércia procurou Campos Machado para oferecer ao PTB, quase fechado com Serra, o posto de vice, se o PMDB lançar mesmo candidato.

Peixe. Vanderlei Luxemburgo convidou Aloizio Mercadante para uma visita à Vila Belmiro na campanha. Torcedor do time do litoral, o candidato do PT costuma dizer que, "para ser governador de São Paulo, tem de ser santista", assim como Covas e Alckmin.

Carreira solo. Carlos Apolinário (PDT) nega que vá bater preferencialmente nos tucanos ou poupar Aloizio Mercadante (PT) em sua campanha ao governo de São Paulo.

Tiroteio

"O problema do Geraldo Alckmin não está no fato de ele ser pouco conhecido, e sim no seu dom de passar despercebido."


Do deputado DEVANIR RIBEIRO (PT-SP), ironizando a justificativa recorrente de tucanos e pefelistas para o fraco desempenho de seu presidenciável nas pesquisas de opinião.

Contraponto

Público errado

Sub-relator da CPI das Armas, Raul Jungmann (PPS-PE) concedia entrevista do lado de fora da sala durante acareação dos advogados ligados ao PPC, semanas atrás, quando foi interrompido por uma servidora:
-O senhor vale o seu salário em ouro!
O deputado agradeceu o elogio e continuou conversando. Outro funcionário da Câmara passou e disparou:
-Queria poder votar no senhor!
Surpreso com a repentina popularidade, Jungmann, que enfrentará dificuldades na tentativa de se reeleger este ano por Pernambuco, brincou com os jornalistas:
-O jeito é mudar meu domicílio eleitoral para Brasília.


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