São Paulo, sexta-feira, 15 de junho de 2007

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Líderes tentam "salvar" reforma política com listas flexíveis

FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia após fracassar na criação de listas partidárias "fechadas" para eleições proporcionais, as principais lideranças da Câmara deflagraram uma operação de salvamento da reforma política, que está seriamente comprometida.
A palavra de ordem agora é tentar aprovar na semana que vem um sistema intermediário, que mescle o voto em listas partidárias pré-ordenadas com o direito de o eleitor escolher também seu candidato a deputado federal, estadual ou vereador. Um candidato que receba uma grande quantidade de votos poderia "furar" a fila da lista pré-ordenada pelo partido.
"Estamos numa guerra, que é muito maior do que a batalha perdida de ontem [anteontem]", disse o líder do DEM, Onyx Lorenzoni (RS).
A exemplo dos Democratas, também o PT, o PSDB e o PMDB agora dizem que lutarão por uma lista intermediária. "Vamos tentar um acordo até segunda", disse Paulo Teixeira (PT-SP). A expectativa é que o enterro da lista "fechada" seja capaz de unificar as bancadas dos maiores partidos.
"O plenário nos deu um recado claro. Estamos procurando soluções que conciliem todos os interesses", disse o líder do PMDB, Henrique Alves (RN).
Mas mesmo aprovar a lista "flexível" não será fácil, uma vez que existem vários modelos propostos. O PT fechou ontem apoio a uma proposta de Teixeira, que prevê que uma parte dos deputados seja eleito pela lista e outra parte com base nos candidatos mais votados.
O PMDB tem uma proposta diferente, da deputada Rita Camata (ES), pela qual a lista seria refeita com base nos resultados obtidos pelos deputados. Petistas e peemedebistas tentam chegar a um texto unificado.
Partidos médios, porém, prometem manter a oposição radical às listas. "Fazer lista flexível só vai complicar ainda mais a vida do eleitor", disse o líder do PR, Luciano Castro (RR).
Pela manhã, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), tentou uma manobra para derrubar a reforma. Numa reunião esvaziada da CCJ, ele pôs em votação um relatório que considerava o projeto inconstitucional, e que acabou aprovado. A manobra foi desfeita pela Mesa Diretora da Casa, com o argumento de que a CCJ não podia analisar a matéria porque ela já se encontrava no plenário, mas foi suficiente para acirrar os ânimos.


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