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Líderes tentam "salvar" reforma política com listas flexíveis
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia após fracassar na
criação de listas partidárias "fechadas" para eleições proporcionais, as principais lideranças da Câmara deflagraram
uma operação de salvamento
da reforma política, que está seriamente comprometida.
A palavra de ordem agora é
tentar aprovar na semana que
vem um sistema intermediário,
que mescle o voto em listas partidárias pré-ordenadas com o
direito de o eleitor escolher
também seu candidato a deputado federal, estadual ou vereador. Um candidato que receba
uma grande quantidade de votos poderia "furar" a fila da lista
pré-ordenada pelo partido.
"Estamos numa guerra, que é
muito maior do que a batalha
perdida de ontem [anteontem]", disse o líder do DEM,
Onyx Lorenzoni (RS).
A exemplo dos Democratas,
também o PT, o PSDB e o
PMDB agora dizem que lutarão
por uma lista intermediária.
"Vamos tentar um acordo até
segunda", disse Paulo Teixeira
(PT-SP). A expectativa é que o
enterro da lista "fechada" seja
capaz de unificar as bancadas
dos maiores partidos.
"O plenário nos deu um recado claro. Estamos procurando
soluções que conciliem todos
os interesses", disse o líder do
PMDB, Henrique Alves (RN).
Mas mesmo aprovar a lista
"flexível" não será fácil, uma
vez que existem vários modelos
propostos. O PT fechou ontem
apoio a uma proposta de Teixeira, que prevê que uma parte
dos deputados seja eleito pela
lista e outra parte com base nos
candidatos mais votados.
O PMDB tem uma proposta
diferente, da deputada Rita Camata (ES), pela qual a lista seria
refeita com base nos resultados
obtidos pelos deputados. Petistas e peemedebistas tentam
chegar a um texto unificado.
Partidos médios, porém, prometem manter a oposição radical às listas. "Fazer lista flexível
só vai complicar ainda mais a
vida do eleitor", disse o líder do
PR, Luciano Castro (RR).
Pela manhã, o presidente da
Comissão de Constituição e
Justiça, Leonardo Picciani
(PMDB-RJ), tentou uma manobra para derrubar a reforma.
Numa reunião esvaziada da
CCJ, ele pôs em votação um relatório que considerava o projeto inconstitucional, e que
acabou aprovado. A manobra
foi desfeita pela Mesa Diretora
da Casa, com o argumento de
que a CCJ não podia analisar a
matéria porque ela já se encontrava no plenário, mas foi suficiente para acirrar os ânimos.
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