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Stephanes diz
que dado sobre
região é "ficção"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Reinhold
Stephanes (Agricultura)
critica a compilação de dados da produção agropecuária da Amazônia Legal
porque resultam de uma
"ficção geográfica": "Qualquer estatística produzida
sobre a Amazônia Legal
confunde a cabeça da população brasileira porque
o povo acha que Amazônia
Legal é floresta", disse.
A Amazônia Legal é a
área de abrangência do
PAS (Programa Amazônia
Sustentável) e reúne oito
Estados (AC, AP, AM, MT,
PA, RO, RR e TO), além de
parte do Maranhão. O bioma Amazônia, sinônimo
de floresta, domina 83%
desse território, de acordo
com os limites dos biomas
traçados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A Folha falou com Stephanes na quarta. O ministro pediu tempo para
mandar calcular o volume
de carne e soja produzidos
dentro do bioma Amazônia. Dois dias depois, a assessoria do Ministério da
Agricultura informou que
a parcela do rebanho da
Amazônia Legal criada em
área de cerrado se resume
a 27%. Mesmo no Mato
Grosso, Estado que reúne
o maior rebanho, a maioria das cabeças de gado
(56%) está no bioma Amazônia e não no cerrado.
O Ministério da Agricultura não apresentou dados para a soja, mas a CNA
(Confederação Nacional
da Agricultura) avalia que
menos de 2% da produção
do grão na Amazônia Legal tenham avançado o limite do bioma Amazônia.
De acordo com cálculo
da CNA, o corte de crédito
aos produtores rurais que
não comprovem regularidade ambiental -medida
que entra em vigor no mês
que vem- atingirá um
"universo bastante limitado" da produção de soja.
A produção de carne na
Amazônia tampouco sofreria efeito direto da restrição de crédito determinada por resolução do
Banco Central, avalia a
CNA. Apesar disso, a confederação orientou seus
associados a contestarem
na Justiça a medida, uma
das mais importantes do
pacote de combate ao desmatamento.
A entidade apóia a ampliação de 20% para 50%
do limite de desmatamento na Amazônia, proposta
em projeto de lei que tramita na Câmara. O presidente Lula se comprometeu com o ministro Carlos
Minc (Meio Ambiente) a
vetar a mudança, caso ela
venha a ser aprovada.
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