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Mercadante afirma que tucano não sabe nem dizer se demitiria ou não secretário
Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
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O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloízio Mercadante, faz campanha em Atibaia |
DA REPORTAGEM LOCAL
O candidato petista ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, dedicou grande parte de
sua agenda ontem para criticar
seu principal adversário, o tucano José Serra, e a difundir a
estratégia petista de que, mais
uma vez, o PT é vítima de "complôs históricos" que visam à criminalização da legenda.
O PT passou a adotar, nos últimos dois dias, um discurso
uniforme da "perseguição" histórica para reagir às afirmações
do tucano de que haveria indícios de ligação da legenda com
o crime organizado.
Os petistas citam em uníssono dois episódios: a greve de
trabalhadores rurais em 1986 e
o seqüestro do empresário Abílio Diniz, em 1989. Esse último
episódio foi citado pelo presidente da legenda, Ricardo Berzoini, na noite de quinta-feira,
quando o PT lançou oficialmente, em São Bernardo do
Campo, a candidatura de Luiz
Inácio Lula da Silva à reeleição.
Berzoini disse que tentaram
atribuir ao PT, na época, a responsabilidade pelo crime.
Em discurso a sindicalistas
ligados à saúde em Bragança
Paulista, Mercadante disse,
sem citar nomes, que Serra se
comportava diante da crise
"entre a covardia e a omissão".
"As coisas mais elementares
não são respondidas e prevalecem a suspeição irresponsável,
a leviandade de acusações infundadas, instrumento tão antigo na vida pública nacional."
Como exemplos do que classifica de tentativas de criminalização do PT, Mercadante citou a greve de trabalhadores
rurais de 1986, em Leme (SP).
Disse que petistas teriam sido
acusados de "assassinar trabalhadores". Na época, duas pessoas morreram e oito ficaram
feridas. Deputados do PT que
acompanhavam a greve foram
acusados de iniciar um tiroteio.
Outras tentativas teriam
ocorrido três anos depois, segundo Mercadante. Uma delas
seria o seqüestro de Abilio Diniz. A outra, a eleição de 89, em
que Fernando Collor de Mello
apresentou Lurian na TV, a filha que Lula teve fora do casamento. "Collor fez coisas inomináveis naquela disputa com
o presidente Lula", afirmou
Na véspera do segundo turno
da eleições de 1989, a polícia
descobriu o cativeiro de Diniz e
um dos seqüestradores apareceu vestido com uma camiseta
do PT. Um inquérito foi aberto
para investigar se o criminoso
havia sido forçado por policiais
a vestir a peça para prejudicar
Lula, uma suspeita levantada
por petistas, mas nada ficou
comprovado.
(ROGÉRIO PAGNAN E MALU DELGADO)
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