São Paulo, sábado, 15 de julho de 2006

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Mercadante afirma que tucano não sabe nem dizer se demitiria ou não secretário

Luiz Carlos Murauskas/Folha Imagem
O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloízio Mercadante, faz campanha em Atibaia


DA REPORTAGEM LOCAL

O candidato petista ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, dedicou grande parte de sua agenda ontem para criticar seu principal adversário, o tucano José Serra, e a difundir a estratégia petista de que, mais uma vez, o PT é vítima de "complôs históricos" que visam à criminalização da legenda.
O PT passou a adotar, nos últimos dois dias, um discurso uniforme da "perseguição" histórica para reagir às afirmações do tucano de que haveria indícios de ligação da legenda com o crime organizado.
Os petistas citam em uníssono dois episódios: a greve de trabalhadores rurais em 1986 e o seqüestro do empresário Abílio Diniz, em 1989. Esse último episódio foi citado pelo presidente da legenda, Ricardo Berzoini, na noite de quinta-feira, quando o PT lançou oficialmente, em São Bernardo do Campo, a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição. Berzoini disse que tentaram atribuir ao PT, na época, a responsabilidade pelo crime.
Em discurso a sindicalistas ligados à saúde em Bragança Paulista, Mercadante disse, sem citar nomes, que Serra se comportava diante da crise "entre a covardia e a omissão".
"As coisas mais elementares não são respondidas e prevalecem a suspeição irresponsável, a leviandade de acusações infundadas, instrumento tão antigo na vida pública nacional."
Como exemplos do que classifica de tentativas de criminalização do PT, Mercadante citou a greve de trabalhadores rurais de 1986, em Leme (SP). Disse que petistas teriam sido acusados de "assassinar trabalhadores". Na época, duas pessoas morreram e oito ficaram feridas. Deputados do PT que acompanhavam a greve foram acusados de iniciar um tiroteio.
Outras tentativas teriam ocorrido três anos depois, segundo Mercadante. Uma delas seria o seqüestro de Abilio Diniz. A outra, a eleição de 89, em que Fernando Collor de Mello apresentou Lurian na TV, a filha que Lula teve fora do casamento. "Collor fez coisas inomináveis naquela disputa com o presidente Lula", afirmou
Na véspera do segundo turno da eleições de 1989, a polícia descobriu o cativeiro de Diniz e um dos seqüestradores apareceu vestido com uma camiseta do PT. Um inquérito foi aberto para investigar se o criminoso havia sido forçado por policiais a vestir a peça para prejudicar Lula, uma suspeita levantada por petistas, mas nada ficou comprovado.
(ROGÉRIO PAGNAN E MALU DELGADO)


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