São Paulo, terça-feira, 15 de julho de 2008

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PF apura se operação que envolve Eike vazou

Empresa diz que sabia de "rumores" sobre a ação policial, que, por isso, foi antecipada em uma semana

PABLO SOLANO
DA AGÊNCIA FOLHA

A Polícia Federal do Amapá vai investigar se houve vazamento da informação de que a mineradora MMX, do empresário Eike Batista, seria alvo de uma operação policial.
Por causa da suspeita de vazamento, a PF antecipou em uma semana a realização da Operação Toque de Midas, deflagrada na sexta-feira para apurar suposto direcionamento na licitação da Estrada de Ferro do Amapá, concedida em março de 2006 para a MMX.
Na ação, a PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão no Amapá, no Pará e no Rio de Janeiro -um deles na casa de Eike Batista. Nenhuma prisão foi solicitada para a Justiça.
A intenção da PF era fazer uma operação de maiores proporções do que a realizada na semana passada.
Nos planos originais para a Toque de Midas, informou a PF, estava a solicitação de uma prisão temporária -não se informou de quem- e outros mandados de busca e apreensão. O objetivo principal era levantar provas sobre possível pagamento de propina a autoridades do governo do Amapá.
Do final de 2005 até março de 2006, de acordo com a PF, representantes da MMX e do governo do Amapá negociaram o estabelecimento de cláusulas na licitação da ferrovia que somente a mineradora teria condições de atender. A assessoria de imprensa do governador Waldez Góes (PDT) nega favorecimento e diz que as discussões foram transparentes.
Nesta semana, a PF abrirá um inquérito para apurar se o vazamento partiu de funcionário da PF, do Ministério Público Federal ou da Justiça Federal. Também será aberto um procedimento interno.
A suspeita de vazamento surgiu quando a MMX entregou petição -antes mesmo da operação policial- na Superintendência da PF no Amapá, pedindo acesso aos autos do processo, o que foi negado. Um pedido similar também foi negado pela 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Macapá.
O acesso foi permitido na 2ª instância da Justiça Federal. Dois dias antes de a operação ser deflagrada, o juiz federal Cândido Ribeiro determinou a entrega dos autos do processo aos advogados da MMX.
A MMX confirmou que as informações foram solicitadas em virtude de "rumores", mas não esclareceu como. A empresa nega irregularidades no processo de concessão da ferrovia.


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