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PF apura se operação que envolve Eike vazou
Empresa diz que sabia de "rumores" sobre a ação policial, que, por isso, foi antecipada em uma semana
PABLO SOLANO
DA AGÊNCIA FOLHA
A Polícia Federal do Amapá
vai investigar se houve vazamento da informação de que a
mineradora MMX, do empresário Eike Batista, seria alvo de
uma operação policial.
Por causa da suspeita de vazamento, a PF antecipou em
uma semana a realização da
Operação Toque de Midas, deflagrada na sexta-feira para
apurar suposto direcionamento na licitação da Estrada de
Ferro do Amapá, concedida em
março de 2006 para a MMX.
Na ação, a PF cumpriu 12
mandados de busca e apreensão no Amapá, no Pará e no Rio
de Janeiro -um deles na casa
de Eike Batista. Nenhuma prisão foi solicitada para a Justiça.
A intenção da PF era fazer
uma operação de maiores proporções do que a realizada na
semana passada.
Nos planos originais para a
Toque de Midas, informou a
PF, estava a solicitação de uma
prisão temporária -não se informou de quem- e outros
mandados de busca e apreensão. O objetivo principal era levantar provas sobre possível
pagamento de propina a autoridades do governo do Amapá.
Do final de 2005 até março
de 2006, de acordo com a PF,
representantes da MMX e do
governo do Amapá negociaram
o estabelecimento de cláusulas
na licitação da ferrovia que somente a mineradora teria condições de atender. A assessoria
de imprensa do governador
Waldez Góes (PDT) nega favorecimento e diz que as discussões foram transparentes.
Nesta semana, a PF abrirá
um inquérito para apurar se o
vazamento partiu de funcionário da PF, do Ministério Público Federal ou da Justiça Federal. Também será aberto um
procedimento interno.
A suspeita de vazamento surgiu quando a MMX entregou
petição -antes mesmo da operação policial- na Superintendência da PF no Amapá, pedindo acesso aos autos do processo, o que foi negado. Um pedido
similar também foi negado pela
1ª Vara Federal da Subseção
Judiciária de Macapá.
O acesso foi permitido na 2ª
instância da Justiça Federal.
Dois dias antes de a operação
ser deflagrada, o juiz federal
Cândido Ribeiro determinou a
entrega dos autos do processo
aos advogados da MMX.
A MMX confirmou que as informações foram solicitadas
em virtude de "rumores", mas
não esclareceu como. A empresa nega irregularidades no processo de concessão da ferrovia.
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