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Ao lado de Collor, Lula critica "compadrio" de antecessores
Segundo o presidente, o seu governo não distingue partidos ao fazer investimentos
Durante inauguração de
obra do PAC em Alagoas,
Lula elogiou "sustentação"
do senador aos trabalhos do
governo federal no Senado
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PALMEIRA DOS ÍNDIOS (AL)
Em discurso em Alagoas, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva criticou a "política de
compadrio" praticada por governos anteriores ao seu e elogiou o apoio que recebe do ex-presidente e senador Fernando
Collor de Mello (PTB-AL), que
o acompanhava no palanque.
Segundo o presidente, o seu
governo não distingue partidos
políticos ao realizar investimentos. "Até outro dia, um presidente da República que pertencesse a um partido político
não visitaria um governador
que pertencesse a outro partido", disse. "Em vez de governar,
fazia-se a política do compadrio, a política dos amigos",
completou ele.
Durante inauguração de uma
adutora em Palmeira dos Índios (134 km de Maceió), Lula
elogiou Collor e Juscelino Kubitschek ao dizer que não era
habitual que presidentes percorressem o país para "sentir o
drama do povo" como eles.
Lula e Collor foram adversários nas eleições presidenciais
de 1989. Collor derrotou Lula
no segundo turno após exibir
em sua campanha eleitoral depoimento de Miriam Cordeiro,
ex-namorada de Lula, acusando o petista de tê-la pressionado para abortar a filha dos dois.
Collor sofreu um processo de
impeachment em 1992, renunciou, mas não conseguiu evitar
que o Senado o condenasse à
inelegibilidade por oito anos.
"Eu quero fazer justiça ao
comportamento do senador
Collor e do senador Renan [Calheiros, que não estava presente ao evento], que têm dado
uma sustentação muito grande
aos trabalhos do governo no Senado", disse Lula ontem.
O presidente voltou a dizer
que vai ajudar a eleger sua sucessora à Presidência nas eleições do ano que vem. Dilma foi
escolhida por Lula como pré-candidata do PT nas eleições.
"Está chegando o ano eleitoral e eu não posso falar de eleição. Mas eu só vou dizer uma
coisa para vocês. Podem escrever. Eu vou fazer, eu vou ajudar
a eleger a minha sucessora neste país", disse Lula, acompanhado de Dilma no palanque.
Atento à legislação eleitoral,
que proíbe campanha antecipada, Lula completou a frase:
"Ou sucessor".
No início do mês, o PSDB entrou com duas representações
no Tribunal Superior Eleitoral
contra o PT, Lula e Dilma por
suposta prática de campanha
eleitoral antecipada.
O presidente estava acompanhado dos ministros Geddel
Vieira Lima (Integração Nacional) e Luiz Barretto (Turismo)
e do governador de Alagoas,
Teotonio Vilela Filho (PSDB).
Em seu discurso, Lula rebateu mais uma vez críticas feitas
ao Bolsa Família, programa de
transferência de renda do governo federal. "Certamente,
para alguém que pode tomar
uísque, champanhe e dar de
gorjeta R$ 100, o Bolsa Família
é muito baixo."
Lula inaugurou um sistema
de abastecimento de água, obra
do PAC, que custou R$ 67 milhões e vai beneficiar 120 mil
pessoas em quatro municípios.
A adutora recebeu o nome do
deputado Helenildo Ribeiro
(morto em 2006), um dos 90
congressistas inicialmente acusados de integrar a chamada
máfia dos sanguessugas.
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