São Paulo, domingo, 15 de agosto de 2004

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Cidade sitiada

Além de faixas, agora candidatos a vereador devem levar às ruas de SP milhões de panfletos e santinhos

Fernando Donasci/Folha Imagem
Avenida 23 de maio, que teve os postes de seu canteiro central invadidos por propaganda de candidatos a vereador


CATIA SEABRA
REPORTAGEM LOCAL

A campanha eleitoral deverá inundar as ruas a partir de agora. Os comitês dos candidatos à Prefeitura de São Paulo prometeram, para os próximos dias, a distribuição de santinhos, panfletos e cédulas para os que disputam uma cadeira na Câmara de Vereadores. E haja papel: são centenas de candidatos a vereador.
O candidato à prefeitura fornece o material. Em troca, ganha com a difusão de seu nome. Quantidade e qualidade variam de acordo com o partido. Para os candidatos do PT, por exemplo, será distribuído um kit. Segundo a Folha apurou, cada candidato a vereador do PT receberá 500 camisetas, 3.000 banners (adereços de poste), 100 mil panfletos (do tamanho de meia folha de papel ofício) e 200 mil cédulas, que ensinam o eleitor a votar.
As camisetas terão o nome da prefeita de São Paulo e candidata à reeleição, Marta Suplicy, nas costas. Nas cédulas, haverá instruções sobre como votar na prefeita e no candidato a vereador. Os panfletos terão, de um lado, informações do candidato a vereador. De outro, mais Marta.
"Os candidatos do PT receberão um kit", confirmou o vereador Nabil Bonduki, candidato à reeleição à Câmara Municipal.
Além dos petistas, o comitê de campanha de Marta enviará material para os 47 candidatos do PTB e 102 do PL. Coordenador de material do PL, o vereador Antonio Carlos Rodrigues diz que serão 100 mil por candidato. "Mas alguns podem receber mais, dependendo do potencial".
O presidente do PTB, Nabi Abi-Chedid, conta que os candidatos enviaram currículo e foto, em disquete, para o partido. "Aí, a gente encaminha para a coordenação", disse ele, explicando que a distribuição de material vai depender do desempenho do candidato.
A coordenação da campanha de Marta Suplicy não informou o volume de material a ser produzido, nem o orçamento para isso. Em nota enviada à Folha, o comitê afirmou que o orçamento da campanha é de R$ 15 milhões. "Sobre os valores das campanhas dos vereadores (incluídos os gastos com material), os detalhes estarão discriminados na prestação de contas ao final do período eleitoral, conforme determina a lei. O mesmo vale para os gastos com o material de campanha da prefeita, bem como para todos os demais valores. Tudo isso estará à disposição da Justiça e da imprensa nos prazos determinados pela legislação eleitoral", diz a nota e conclui:
"Por fim, como é óbvio, estratégia de campanha, quando tornada pública, deixa de ser estratégia de campanha".

Tucanos
Coordenador de infra-estrutura da campanha do tucano José Serra, Sérgio Kobayashi calculou em R$ 700 mil as despesas assumidas, até agora, com material de campanha. Por enquanto, foram confeccionados 300 mil jornais, 300 mil adesivos e 2 milhões de folhetos com o perfil de Serra. Na cidade, circulam 41 peruas, uma para cada um dos comitês do PSDB.
São 59 os outdoors distribuídos pela cidade. E, nos próximos dias, cada um dos 210 vereadores que apóiam Serra receberá 300 mil santinhos, que medem sete centímetros por dez.
"Gastamos R$ 700 mil. Gastamos, não. Estamos devendo", brincou Kobayashi.
A partir de amanhã, o coordenador da campanha de Paulo Maluf (PP), Jesse Ribeiro, começará a distribuir os 3 milhões de panfletos prometidos para 80 candidatos do PP. No total serão 5 milhões, sendo 2 milhões para Maluf. O candidato está em 70 outdoors pela cidade. A partir do dia 15, serão mais trinta.
A impressão de panfletos só será possível graças à doação de uma empresa de celulose. Foram 25 toneladas. Os gastos, segundo Ribeiro, somam R$ 52 mil.
"Está difícil arrecadar. Estou segurando o máximo", diz Ribeiro.
Que o diga a candidata do PSB, Luiza Erundina. Até a semana passada, a coordenação de campanha informava que nada seria confeccionado porque, com a escassez de recursos, a prioridade seria o programa de TV. Na quinta-feira, o comando de campanha foi substituído. E a política de gastos está em estudo.


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