São Paulo, domingo, 15 de agosto de 2004

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Projetos visam intensificar investigações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A lavagem de dinheiro é uma prática corriqueira, diversificada -compra de imóveis, obras de arte, uso de laranjas etc.- e em regra não é "enxergada" pelas autoridades que atuam na repressão ao crime.
Segundo dados levantados pelo DRCI (Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional), órgão do Ministério da Justiça especializado no combate à lavagem de dinheiro, desde 1998, a prática desse crime levou a Polícia Federal a indiciar 193 pessoas e o Superior Tribunal de Justiça a três condenações. Não há nenhum caso de condenação na Justiça Estadual.
"A lei foi apresentada como um crime sofisticado, mas é muito simples e está no cotidiano. Veja um exemplo: há muitos casos de prefeitos denunciados por corrupção. Eles usaram laranjas. Portanto, ocultaram dinheiro. Isso é a lavagem. Mas os processos não a incluem", diz Antenor Madruga, responsável pelo DRCI.

Projetos
O DRCI está desenvolvendo projetos pilotos com o objetivo de intensificar as investigações sobre a lavagem de dinheiro. Em convênio com a Secretaria de Fazenda de São Paulo, por exemplo, a idéia é que os fiscais de renda, em sua rotina, comparem o perfil da atividade de uma empresa com a possibilidade de ter sido utilizada para manipular um faturamento e, conseqüentemente, esquentar dinheiro de origem não comprovada.



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