DA REPORTAGEM LOCAL

O senador Eduardo Suplicy (PT) afirmou ontem, horas antes do debate entre os candidatos à Presidência da República da TV Bandeirantes, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deveria reconsiderar sua decisão de não participar dos confrontos diretos na TV.
Para o senador, um dos motivos que deveriam ser ponderados pelo presidente é o fortalecimento da democracia com sua participação porque "neutralizaria" a grande vantagem de ser um candidato à reeleição. "Ele estará contribuindo para o processo democrático e se colocando também em igualdade de condições com os demais candidatos", afirmou.
Suplicy disse que, se fosse aos debates, Lula ajudaria o candidato ao governo de São Paulo Aloizio Mercadante (PT), que reclama da ausência do líder nas pesquisas, José Serra (PSDB), nos confrontos na TV.
"Eu disse a ele [Lula] que a melhor maneira de ajudar hoje o Mercadante é ele aceitar o debate com os demais candidatos porque, assim, estará levando o Serra a inevitabilidade de também aceitar o debate", afirmou Suplicy.

Orientação
O senador disse acreditar que assessores de Lula devem tê-lo orientado equivocadamente. "Não sei que assessores tentaram persuadi-lo de que não faz bem o debate", afirmou. As declarações do senador, que concorre à reeleição, foram feitas após evento da Associação dos Dirigente de Vendas e Marketing do Brasil, do qual participou com Mercadante.
O candidato ao governo não quis comentar a ausência de Lula no debate. "Vamos aguardar. Amanhã [hoje] eu falo com vocês", afirmou.
Outro tema sobre o qual Mercadante evitou polemizar foram as declarações do ex-governador e candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin, de que os ataques da facção criminosa PCC constituiriam "terrorismo eleitoral" contra o PSDB. (ROGÉRIO PAGNAN)


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