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ELEIÇÕES 2006 / JUDICIÁRIO
Presidente do TSE diz que sociedade elege os maus candidatos
Marco Aurélio afirma que "a sociedade não é vítima", pois é responsável pela eleição dos "homens públicos que aí estão'
Em pronunciamento em cadeia nacional, ministro diz que "quem não obedece à lei não merece respeito e muito menos o seu voto"
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Marco Aurélio
de Mello, culpou a sociedade
brasileira por votar mal e ter escolhido os políticos que têm sido flagrados em corrupção, ontem, em palestra na Amaerj
(Associação dos Magistrados
do Estado do Rio de Janeiro).
Ele criticou os parlamentares envolvidos em escândalos
-"não são dignos de respeito e
muito menos de voto": "A sociedade não é vítima, mas autora. Somos responsáveis pelos
políticos em geral, pelos homens públicos que aí estão".
Para Marco Aurélio, a atual
crise, que descreveu como "um
verdadeiro escárnio", pode, porém, "criar um Brasil melhor e
mais fidedigno", a partir do voto consciente, que ele pregou
ontem à noite em pronunciamento por rede nacional de televisão e rádio. "Quem não obedece à lei não merece respeito e
muito menos o seu voto", disse.
O presidente do TSE citou
frase do deputado Raul Fernandes, constituinte em 1934,
para dizer que "o Poder Legislativo se corrompe e se corrompera desde suas origens".
Marco Aurélio também atacou a proposta de Constituinte,
defendida pelo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva. "Já se falou em Constituinte. Para quê?
Vamos amar um pouco a constituição moderna." Em sua opinião, o Brasil não precisa de
mais leis, mas de homens públicos e de cidadãos que se envergonhem de atos de corrupção.
Ele criticou até a Justiça
Eleitoral por aprovar "contas
com ressalvas", pois esse procedimento não deveria existir:
"O Judiciário, talvez por não
contar com a estrutura, tomou
como faz-de-conta essa prestação. Daí surgiu uma figura interessante, que lembra a coluna
do meio da loteria esportiva: a
aprovação das contas com ressalvas. O que é isso? Ou bem as
contas estão em harmonia com
o figurino legal ou não estão e
precisam ser rejeitadas".
Mensagem na TV
No pronunciamento feito
ontem para anunciar o início da
propaganda eleitoral gratuita,
que será veiculada a partir de
hoje, Marco Aurélio pediu uma
revolução pelo voto: "É hora de
nos prepararmos para a verdadeira revolução, que é a revolução pelo voto. Aproveite, eleitor, o conhecimento adquirido
com a propaganda eleitoral e
não se omita quanto ao que pode e deve fazer em benefício da
nação, do crescimento geral."
Sem citar os escândalos recentes, ele disse que "o momento requer a maior atenção"
e condena o voto nulo: "Eles [os
eleitos] decidirão sobre quase
todas as coisas que afetam a
nossa vida, mas, no dia 1º de outubro, você será o patrão, o chefe", disse. "É preciso não esquecer que as conseqüências das
eleições são duradouras. (...)
Não se omita, nem desanime."
Sem citar os escândalos políticos recentes, o ministro disse
que "o momento requer a
maior atenção": "Observe a situação de hoje a exigir de todos
nós muita responsabilidade.
Sim, devemos exercer a cidadania com os olhos voltados à
preocupação com o bem-estar
geral, com o patrimônio público". Ele pediu ainda que as pessoas prestem atenção "no que
dizem e como se comportam,
no que fizeram no passado e,
principalmente, de saber se essas pessoas são de fato corretas
e cumpridoras dos deveres".
Colaborou a Sucursal de Brasília
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