São Paulo, sábado, 15 de agosto de 2009

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Mais de 20 grupos param Paulista com pauta que vai de gripe suína a juros

Danilo Verpa/Folha Imagem
Membros de movimentos sindicais e sociais em protesto na
av. Paulista que durou 4 horas


PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mais de 20 grupos de movimentos sindicais e sociais pararam parcialmente o trânsito da avenida Paulista, ontem, durante cerca de quatro horas, para uma manifestação chamada Jornada Nacional Unificada de Lutas.
Apesar do nome, os próprios manifestantes tinham dificuldade em apontar uma ordem do dia comum. Entre os temas abordados estavam redução da jornada de trabalho, reforma agrária, gripe suína, revolução em Honduras, expulsão de Sarney e redução da taxa de juros.
"Aqui tem de tudo, as concepções de luta são diferentes, mas isso é um salto de qualidade no movimento. É um exercício muito interessante, não é fácil chegar a uma pauta de consenso. Mas pode colocar aí: o foco é a redução da jornada de trabalho, sem redução dos salários", afirmou Helifax Souza, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
A historiadora Maria Fernanda Marcelino, 33, da Marcha Mundial das Mulheres, explicava que seu grupo é composto por "feministas anticapitalistas que atuam tanto em bandeiras como aborto e violência como em ações contra o agronegócio".
Três mil pessoas participaram do evento, segundo os organizadores; 600, de acordo com a PM. Parecia pouca gente para tanta luta.
A estudante Caroline Arruda, 17, diretora da União Nacional dos Estudantes Secundaristas, pregava "o monopólio estatal do pré-sal". "Estamos aqui pela volta da lei 2.004. A gente não pode perder o controle das nossas reservas para multinacionais como a Esso, a Schell."
"É difícil bater a pauta, cada grupo um tem uma luta", disse Eduardo Carmo, assessor do MST. "Queremos um projeto para o campo. Cortaram 42% do orçamento para nós", disse Soraia Soriano, diretora estadual do movimento.
Hospedados no ginásio do Pacaembu, os integrantes do MST deixaram a cidade a bordo de 12 ônibus fretados que tinham autorização especial para circular na zona de máxima restrição, segundo a CET, porque integram a categoria "serviços não rotineiros/eventos, da portaria 58".
O secretário Municipal dos Esportes, Walter Feldman, explica que cedeu o ginásio para os sem-terra com a intenção de adotar "uma política adequada de redução de conflitos". "Você se lembra quando eles invadiram o Ibirapuera, em 84? Foi dramático para São Paulo."


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