São Paulo, sábado, 15 de agosto de 1998

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FHC promete mais vagas

da Sucursal de Brasília

A educação será objeto de uma guerra de números na campanha eleitoral.
O comitê do presidente-candidato Fernando Henrique Cardoso promete 1 milhão de vagas a mais no ensino médio e 200 mil vagas a mais no ensino técnico do que o adversário petista Luiz Inácio Lula da Silva.
A divergência mais notável entre as duas propostas de programa de governo diz respeito aos gastos com educação. Enquanto Lula promete dobrar os gastos em quatro anos, para R$ 65,45 bilhões, FHC pretende manter o atual volume de gastos, de cerca de R$ 31 bilhões (incluindo despesas dos Estados e municípios).
"Não sei de onde vai sair esse dinheiro. Isso só seria possível com uma imensa reforma tributária: estão propondo um milagre", avaliou o coordenador do programa de governo de FHC, Carlos Pacheco, ao criticar, principalmente, o aumento de gastos públicos no ensino superior (cursos de graduação) de R$ 4,9 bilhões para R$ 5,65 bilhões até 2002.
Apesar da crítica, é no ensino superior que os dois candidatos mostram um dos raros pontos de convergência. Ambos prometem ampliar o número de vagas nas universidades públicas, concordam que o aluno do ensino superior custa muito caro e que seu custo precisa ser reduzido.
Atualmente, cada aluno custaria em média, por ano, R$ 10 mil (segundo FHC) e R$ 7 mil (segundo Lula). Mas enquanto Lula promete rever o "provão", FHC está decidido a manter o sistema de avaliação dos cursos de ensino superior.
Outra coincidência é o apoio dos dois ao bolsa-escola, programa que garante uma renda às famílias pobres que mantiverem os filhos na escola.
As metas do PT para educação estão disponíveis na página do candidato na Internet. O programa de FHC só deverá ser divulgado na próxima semana, depois que o texto do documento "Avança Brasil" for submetido à análise do presidente. A Folha teve acesso às principais metas do presidente-candidato.
Na avaliação do comitê de FHC, Lula superestimou a necessidade de matrículas no ensino fundamental (de 1ª à 8ª série) e subestimou a abertura de vagas no ensino médio.
Lula afirma que há 2,7 milhões de crianças de 7 a 14 anos fora da escola. São dados do Censo de 1996. Dados mais recentes apontam 1,5 milhão de crianças fora da escola.
(MARTA SALOMON)


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