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SUCESSÃO NO SENADO
Sarney continua como favorito, mas tem adversários
Cúpula do PMDB prefere
Renan para vaga de Jader
RAQUEL ULHÔA
DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O senador José Sarney (AP) é o
candidato mais forte entre os partidos governistas à sucessão de Jader Barbalho (PA) na presidência
do Senado, mas sua eleição pode
ser inviabilizada pela entrada na
disputa de outros peemedebistas.
O escolhido poderá ser o líder do
partido, Renan Calheiros (AL),
preferido da cúpula do PMDB.
O presidente Fernando Henrique Cardoso deu sinal verde à indicação de Renan em telefonemas
a Temer, ao próprio líder no Senado e ao líder na Câmara, deputado Geddel Vieira Lima (BA).
Apesar de sua ligação com Jader, Renan é, entre os demais candidatos, o mais alinhado com o
presidente eleito do PMDB, deputado Michel Temer (SP).
Ex-presidente da República
(1985-89) e do Senado (85-86),
Sarney é considerado pelos governistas o candidato com mais autoridade política e moral para restabelecer a imagem da instituição,
desgastada por causa das acusações contra Jader, que foi eleito
em fevereiro deste ano, e, antes
dele, Antonio Carlos Magalhães
(PFL-BA). Sarney mantém a tradicional posição de não disputar e
de só aceitar o cargo se houver
consenso em torno do seu nome.
Mas anteontem o peemedebista
confidenciou a um aliado que não
aceitaria mais nem como nome
de consenso. "Não ocupo cargo
que já ocupei", disse.
Na bancada peemedebista,
além de Sarney e Renan, são candidatos José Fogaça (RS), Gerson
Camata (ES) e José Alencar (MG).
Há ainda o ministro Ramez Tebet
(Integração Nacional), que cogita
reassumir sua cadeira no Senado
para se habilitar à presidência da
Casa. Entre eles, o PFL tem mais
simpatia por Camata. O gaúcho
Fogaça disse ontem que disputará
até no plenário, se for preciso.
Sarney tem dúvidas quanto à
conveniência política de assumir
a presidência do Senado, já que
sua filha, a governadora Roseana
Sarney (Maranhão), é cotada para
ser candidata à Presidência da República pelo PFL em 2002.
Disputa
O processo sucessório do Senado, desta vez, passará por uma delicada negociação entre os aliados
do Palácio do Planalto: a escolha
do candidato é do PMDB, mas
passa pelo aval dos outros partidos da base governista.
Não há vetos explícitos do PFL e
do PSDB a nenhum nome, mas há
restrições políticas que podem
constranger certas escolhas.
Renan, por exemplo, enfrenta
resistência pessoal do presidente
do PSDB, José Aníbal, que foi secretário de Estado no governo
Mário Covas, que teve um confronto com o líder.
Jader, que reassumiu o cargo na
quinta-feira passada antes do término da licença de 60 dias, anunciou que renunciará à presidência
do Senado na próxima terça-feira,
após discursar em plenário.
O vice-presidente Edison Lobão
(PFL-MA) assumirá então a cadeira e convocará as eleições em
um prazo de até cinco dias. O
mais provável é que isso ocorra na
quarta ou na quinta-feira.
Jader disse ontem que as acusações de seu envolvimento com o
desvio de recursos do Banpará
são ""ridículas" e ""inconsistentes"
e que espera a rejeição do relatório de Romeu Tuma (PFL-SP) e
Jefferson Péres (PDT-AM) no
Conselho de Ética do Senado.
O relatório o acusa de ser beneficiário dos desvios do Banpará,
diz que ele faltou com a verdade
ao negar seu envolvimento e propõe abertura de processo contra o
peemedebista por falta de decoro.
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