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Presidente elogia 1º mandato de FHC
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Evitando falar em trocas partidárias, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva pediu apoio em jantar anteontem a sete senadores de
siglas de oposição por não ter "base confortável" na Casa. Ele criticou ainda o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB)
e a reeleição, defendendo mandato maior ("cinco ou seis anos").
Lula disse que a motivação de
FHC para fazer o governo de transição, elogiado como mostra de
amadurecimento da democracia,
foi pessoal, e não o interesse do
país. "É muito comum quando a
oposição ganha entrar achincalhando, fazendo uma devassa. O
Fernando Henrique fez a transição na expectativa de ser respeitado na saída dele. Foi mais em razão disso do que de qualquer outra coisa. Da nossa parte, não
houve achincalhe, e mantivemos
grande parte da equipe dele", declarou, segundo relatos, ressaltando que não tem mágoa de FHC.
Ele ainda teria feito avaliação
negativa da reeleição do ex-presidente. "O governo FHC foi bom
no primeiro mandato, mas o processo de reeleição foi muito ruim,
tanto para ele quanto para o governo." Lula foi questionado sobre sua própria reeleição, já articulada pelo ministro José Dirceu
(Casa Civil). "Uma reeleição só se
justifica para completar um projeto, quando um segundo governo vem como complemento de
um primeiro. Particularmente,
prefiro um mandato de cinco ou
seis anos, seria mais saudável."
Lula chegou para o jantar, na casa de Dirceu, às 20h40 e sentou-se
entre os senadores Antonio Carlos Magalhães (BA) e Roseana
Sarney (MA). Do PFL, além dos
dois, foram Edison Lobão (MA),
João Ribeiro (TO), César Borges
(BA) e Rodolpho Tourinho (BA).
Do PSDB, Siqueira Campos (TO),
o mais falante da noite. Chegou a
dizer que todos ali estavam à disposição para ajudar na reeleição
de Lula. Houve constrangimento,
pois o presidente respondeu dizendo que é necessário esperar.
Lula mostrou-se preocupado
com a repercussão do encontro e
afirmou que não está empenhado
em estimular rachas partidários.
Ainda na tentativa de aumentar
sua base de apoio no Senado, o
presidente disse que vai chamar
Tasso Jereissati (PSDB-CE) para
conversar. Moderado, o tucano
era canal de interlocução entre o
governo e seu partido, mas aumentou as críticas nos últimos
meses após conflitos com o PT.
Roseana rebateu as críticas feitas pela direção do PFL ao encontro, inclusive com início de processo de expulsão contra ACM.
"Quando o presidente convida, é
bom aceitar, porque ele é o chefe
da nação", disse a senadora, filha
do presidente do Senado, José
Sarney (PMDB-AP).
(FK)
Colaborou FERNANDO RODRIGUES, da
Sucursal de Brasília
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