São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 2006

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Pior que ser corintiano

Na manchete do "Valor" para o despacho de Sergio Leo, "Bolívia assume refinarias sem pagar Petrobras". Ou ainda, "decidiu adquirir o controle das refinarias usando, como pagamento, "ganhos extraordinários" que a empresa teria obtido". Ou, no blog de Leo:
- Querem descontar os lucros do preço a pagar... Pelas contas que eles anunciaram, a Petrobras vai ter que entregar as refinarias e ainda dar um troco.
Após detalhar o caso e outros, encerra o blog:
- A Bolívia tem razão de querer mais controle sobre suas reservas e de tirar privilégios da elite racista do país. Mas a forma agressiva como faz é o caminho do precipício. (O pior é que torço pelo êxito do governo Evo Morales, o que é pior do que ser corintiano, até porque o fracasso terá conseqüências dramáticas...)

SURPRESA!
A "Economist" decretou ontem, na capa e no editorial "Surpresa!", que "o equilíbrio de poder econômico no mundo está mudando" -e que isso, afinal, é "bom":
- Algo dramático está acontecendo com os números, recentemente. O mundo emergente agora responde por mais de metade da produção global, medida em paridade de poder de compra [e não em PIB por taxas correntes].
Há "fraquezas em algumas histórias de crescimento", diz, citando envelhecimento na China e escolas na Índia. Mas não, restrição nenhuma ao crescimento do Brasil.

economist.com/Reprodução
"Surpresa! O poder do mundo emergente", diz a edição especial com 19 páginas sobre a nova economia global

O BRASIL NO BRIC
O texto que abre a "Economist" especial, "Emergindo afinal", mostra como os emergentes crescem às dezenas, todos juntos -e faz uma inusitada defesa, em especial, do crescimento do Brasil e da Rússia, entre os BRICs:
- A China e a Índia são vistos geralmente como os dois gigantes entre os quatro. É uma verdade, em termos de paridade de poder de compra, mas em dólares correntes tanto o Brasil como a Rússia produzem mais que a Índia. E, em taxas de câmbio de mercado, só a China e o Brasil estão entre as dez maiores economias do mundo.

AS MAIORES
Entre os principais jornais do mundo, só o francês "Le Monde" deu mais atenção ao encontro de cúpula entre Brasil, Índia e África do Sul, "as maiores democracias do Sul", no dizer da correspondente.
Na Índia, por outro lado, em meio a uma cobertura às dezenas, o "Hindustan Times" destacou ontem que está tudo certo e vem aí, agora, "o primeiro filme indo-brasileiro".

INOFENSIVO, NÃO
O "Financial Times" publicou ontem longo artigo de seu editor de América Latina, Richard Lapper, avisando que o venezuelano "Hugo Chávez não é nenhum idealista inofensivo", como se costuma dizer aqui e ali, na região.
O aviso foi específico e claro ao Brasil de Lula e ao Chile de Michelle Bachelet, que apóiam a Venezuela para o Conselho de Segurança.

JOBIM DÁ AS CARAS
O ex e talvez futuro ministro estava na manchete do portal iG, ontem -"Para Nelson Jobim, reforma política deve ser prioridade". Ele declarou mais, em chat:
- A prioridade é a reforma política e alguns itens mais específicos da área financeira, como a questão fiscal dos Estados... [Sobre reforma política,] há coincidências entre o PMDB, o PSDB e o PT. A divergência está no PFL.


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@ - Nelson de Sá


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